Indústria de delações da Lava Jato está comprovada e será denunciada ao STF, diz líder do PT

A denúncia do ex-executivo da OAS Adriano Quadros de Andrade de que ele vendeu o teor da sua delação por R$ 6 milhões, na avaliação do líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), “traz a prova que nós precisávamos do esquema subterrâneo, criminoso, ilegal e perverso por trás das delações da Lava Jato”. Em vídeo divulgado nesta sexta-feira (1º), Pimenta afirma que vai voltar a denunciar para o Supremo Tribunal Federal e para a Procuradoria-Geral da República a indústria de delações “forjada por Sérgio Moro e a turma da Lava Jato para enriquecer um punhado de pessoas e garantir a impunidade”.

“Ele (Adriano Quadros) está denunciando que vendeu o teor da delação! Ele traz a prova. Nós vamos voltar a denunciar a indústria da delação. É um absurdo que uma pessoa seja condenada pela palavra de um delator que recebeu milhões para mentir em função de interesses de terceiros. Chega de hipocrisia e de cinismo!”, bradou Pimenta.

O líder do PT reforçou que a Lava Jato era uma farsa que tinha como objetivo um projeto de poder: “transformar o Sérgio Moro em ministro da Justiça da Família Metralha”.

Paulo Pimenta relembrou ainda que ele é o ex-deputado Wadih Damous (PT-RJ), durante o ano de 2018, em várias oportunidades, denunciaram essa indústria das delações. “O esquema criminoso que alimenta uma parte subterrânea da Lava Jato, que envolve escritórios de advocacia, procuradores, que ganharam muito dinheiro vendendo e comprando delações. Levamos à Raquel Doge (procuradora-geral da República) em mais de uma oportunidade, mas ela nunca quis investigar”, lamentou.

O escândalo

O líder petista explicou que existe um escândalo que envolve a delação da Odebrecht, na qual os executivos serão pagos durante muitos anos para dizer o que os diretores da Odebrecht queriam em suas delações.

Agora, nessa semana veio a público um fato ainda mais grave: a denúncia de Adriano Quadros, da OAS – a OAS do Léo Pinheiro, que foi delator do caso da reforma do tríplex -, entrou na Justiça do Trabalho contra a empresa, afirmando que fez uma delação acordada com a OAS. “Fiz a delação que eles me pediram, eles prometeram que eu receberia R$ 6 milhões, e eles não me pagaram”, disse Quadros na sua denúncia.

Saiba mais:

https://ptnacamara.org.br//2018/05/30/partidos-protocolam-requerimento-de-cpi-para-investigar-mafia-das-delacoes-premiadas/

 

https://www.conjur.com.br/2019-mar-01/oas-pagou-delatores-ajustar-depoimentos-ex-executivo

 

Vânia Rodrigues

 

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