De forma irresponsável, grupos que se dedicam a espalhar mentiras pelas redes sociais estão aproveitando o grave episódio do fim dos Mais Médicos para tentar jogar sobre integrantes do Partido dos Trabalhadores a responsabilidade pela situação do Brasil no que se refere à falta de médicos.
O alvo é o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que, em 2003, apresentou um projeto de lei (PL 65/03) que tinha por objetivo impedir a abertura de cursos de medicina de qualidade duvidosa. Ou seja, pretendia evitar a proliferação de instituições que visavam apenas ao lucro e não à formação do profissional. O projeto foi aprovado apenas pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania em dezembro de 2007. Esta foi a última deliberação legislativa desse PL.
Os objetivos dessa proposição estão bem explícitos em um dos trechos da sua justificativa: “O projeto contribui para barrar os interesses de uma verdadeira indústria no ensino. A esse respeito, grandes empresas de saúde já estão se apoderando/fundando escolas médicas, onde o objetivo não é aperfeiçoar o aparelho formador”, argumentou o deputado à época.
Para rebater as mentiras que estão sendo replicadas agora nas redes sociais, Chinaglia divulgou nota esclarecendo a motivação verdadeira do PL e argumentando que a intenção real das mentiras repassadas é mudar o foco da discussão sobre o fim do Mais Médicos.
“O que se quer ao divulgar o absurdo é desviar a atenção do gravíssimo fato de que milhões de brasileiros, os que mais dependem da rede pública, ficarão sem assistência com o fim do Programa Mais Médicos, que Bolsonaro anunciou durante a campanha”, disse.
Leia abaixo íntegra da nota.
Nota de Esclarecimento
Circulam versões criminosamente absurdas, atribuindo a um projeto que apresentei em 2003 o propósito de favorecer “médicos cubanos” dez anos depois! Na verdade , controlar e impedir o aumento descontrolado de faculdades privadas era posição de todas Entidades Médicas Nacionais. Fui vice presidente da Federação Nacional dos Médicos .
Mas o que se quer ao divulgar o absurdo é desviar a atenção do gravíssimo fato de que milhões de brasileiros, os que mais dependem da rede pública, ficarão sem assistência com o fim do Programa Mais Médicos, que Bolsonaro anunciou durante a campanha.
E é fácil provar: esse projeto NÃO virou Lei, portanto, não provocou efeito nenhum!
Nossa preocupação era e é garantir qualidade no ensino e não favorecer grupos privados, que visavam em sua grande maioria apenas o lucro, sem compromisso com a boa formação.
Portanto, a preocupação central agora não é nada disso, mas sim, que milhões de brasileiros serão vítimas do discurso ideológico de quinta categoria, pagando com sua saúde e até abreviando suas vidas por essa irresponsabilidade de acabar com um tipo de assistência , avalizada pela OMS, existente em 61 outros países.
Arlindo Chinaglia – deputado federal (PT-SP)