10 primeiros dias de Lula x 10 primeiros dias de Bolsonaro

Os primeiros dez dias de um presidente dão o tom de como será seu mandato nos três anos e 355 dias seguintes. É ali que ele aponta as batalhas que vai enfrentar, suas prioridades, suas intenções, quem serão seus aliados e como ele vai conduzir o País.

Enquanto o atual é antipovo, reduz salários e beneficia seus amigos empresários, Lula foi o presidente que mais fez pelo povo brasileiro, tirando 30 milhões da extrema pobreza, universalizando o ensino superior e colocando o Brasil no protagonismo nacional.

Quando vemos abaixo um panorama dos 10 primeiros dias de Lula em comparação aos 10 primeiros dias de Bolsonaro só conseguimos chegar a uma conclusão: que saudade do meu ex-presidente.

 

10 primeiros dias de Lula

Prestígio internacional

Quando Lula assumiu a presidência em 2003, 110 delegações estrangeiras estavam no Brasil no dia 1º de janeiro. Na posse de Bolsonaro apenas 46 representantes vieram ao país, menos da metade.

Grandiosidade do primeiro pronunciamento como presidente

Lula, em seu primeiro discurso, fala da importância do combate à fome com a frase que ficou imortalizada. “Se, ao final do meu mandato, todos os brasileiros tiverem a possibilidade de tomar café da manhã, almoçar e jantar, terei cumprido a missão da minha vida.”

 

Fome Zero

Lançado no dia 1º de janeiro, em sua posse, e oficializado 30 dias depois, o programa Fome Zero foi um marco do primeiro governo de Lula. Esta é a maior iniciativa de combate à fome do Brasil.

 

Subiu a rampa com o povo

Diferente da posse de Bolsonaro, que manteve o povo distante do presidente, o 1º de janeiro com Lula foi marcado pela presença da população. Um ótimo exemplo deste carinho é esta foto:

Lula sobe a rampa do Planalto em 2003

Protocolo nasceu para ser quebrado

O ex-presidente Lula teve entre suas principais marcas a espontaneidade. Era comum vê-lo sair do roteiro para estar mais perto do povo. Quer ver só? Dá o play neste vídeo com a reportagem do Jornal Hoje de 2003.

Aqui mais um exemplo de quebra de protocolo e de carinho com o povo

Presença da imprensa

Uma outra coisa que pode ser observada nos vídeos da posse de Lula é a presença de fotógrafos, repórteres e da imprensa e a livre expressão de todos os veículos. Outra marca que o governo Bolsonaro, com toda sua rejeição aos valores democráticos, vem apresentando desde o primeiro dia é o cerceamento da notícia e da informação, prática vista apenas em regimes ditatoriais.

 

História afro-brasileira nas escolas

No dia 9 de janeiro de 2003, Lula sancionou a Lei 10.639, um avanço na luta antirracista no Brasil. O projeto obrigou o ensino de História afro-brasileira no ensino fundamental e médio.

 

Caravana com os ministros

Com 30 dos 34 ministros, Lula foi aos lugares mais pobres do Brasil em seu décimo dia de governo. A iniciativa aconteceu para que as pessoas de confiança do presidente tivessem noção da realidade do país. Entre outros lugares, a comitiva passou por Teresina, no Piauí, e em Brasília Teimosa, bairro a beira-mar no Recife famoso por sua miséria e pelas casas de palafita.

Lula e João Paulo em Brasília Teimosa, no Recife

 

Gestão de projetos sociais

A viagem com os ministros foi responsável por projetos importantes nos governos Lula e do PT. Desta viagem nasceram iniciativas como o Bolsa Família, Luz para Todos e o Programa de Cisternas.

 

Agora se prepare para os…

  10 primeiros dias de Bolsonaro

Comitiva menos prestigiada pelas autoridades internacionais desde o Collor

A presença das delegações estrangeiras na posse do presidente dão a tônica da visão mundial a respeito do país. Jair Bolsonaro trouxe apenas 46 países em sua posse. Lula, em 2003 foi recebido por 110 representantes, Dilma, em 2010, 130.

Carinho com os eleitores e a imprensa (esta frase contém ironia)

Bolsonaro deixou o povo longe em sua posse. Mas não foi só isso. Muitos de seus apoiadores reclamaram da truculência dos seguranças e do uso de gás de pimenta na cerimônia. A imprensa também sentiu o gostinho amargo do cerceamento. Os profissionais da imprensa ficaram por longas horas sem água e acesso à banheiros e também não podiam circular, mesmo credenciados, pelos locais.

 

E o salário mínimo, hein?

Uma das primeiras medidas adotadas por Jair Bolsonaro após chegar a presidência foi dar aquela garfada no seu salário mínimo. O reajuste, que estava previsto para R$ 1.006 com aprovação do Congresso ficou em R$ 998.

 

Facão nos ministérios

Bolsonaro cortou pastas muito importantes como os ministérios do Trabalho, das Cidades, Esportes e Integração Racial. Tais medidas apontam a falta de preparo e noção com os interesses do povo.

 

Descaso com a população LGBT

Além do fim dos ministérios, Bolsonaro excluiu a população LGBT das políticas públicas. As lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais/transgêneros eram citados nas políticas de Direitos Humanos e agora não estão mais.

 

Sabe a sua aposentadoria? Ela não deve acontecer

As medidas antipovo de Bolsonaro parecem não ter limites. A reforma da Previdência divulgada por Paulo Guedes vai fazer com que o trabalhador se aposente ainda mais tarde e é ainda mais antipopular que a mudança sugerida por Michel Temer.

 

Inimigo do índio

Antes mesmo de assumir a presidência, Bolsonaro já atacava a população indígena do Brasil. Certa feita, em uma palestra ele afirmou. “Se eu assumir, índio não um centímetro quadrado mais pra terra indígena”. E antes de completar 10 dias de governo ele já sinalizou suas intenções. Ele proibiu a Funai (Fundação Nacional do Índio) de demarcar as áreas indígenas e passou o serviço para o Ministério da Agricultura, que é comandado pelos ruralistas.

 

A arminha não será só com o dedo

Três dias antes de assumir a presidência, Bolsonaro já sinalizava sua intenção em garantir a posse de arma de fogo. Ele postou este tuíte …

 

 

… e depois afirmou que vai tornar esse “direito” vitalício.

 

Presepadas internacionais

Para bajular os interesses dos Estados Unidos e da bancada evangélica, Bolsonaro confirmou que a embaixada brasileira se mudaria de Tel Aviv para Israel. Como já é de costume o disse-me-disse apareceu. No dia 4 de janeiro, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo, já falou que tal medida é inviável.

 

Amiguinho de Rodrigo Maia

Há exatos 30 dias, Eduardo Bolsonaro afirmava que Rodrigo Maia não teria o apoio do PSL (Partido Social Liberal) para a reeleição na Câmara dos Deputados. No dia 2 de janeiro o quadro mudou e Bolsonaro e Maia se tornavam os maiores aliados em Brasília.

 

Da Agência PT de notícias

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