Zé Carlos relembra a luta no Maranhão na Revolta da Balaiada

O deputado Zé Carlos Lula (PT-MA) afirmou nesta quinta-feira (7) que as mesmas injustiças e perseguições que levaram à Revolta da Balaiada, ocorrida no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841, ainda continuam a ocorrer no País. Durante a Sessão Solene em homenagem aos 180 anos da Revolta, realizada na Câmara dos Deputados, o parlamentar destacou a necessidade de o povo brasileiro lutar atualmente – não mais com armas como fizeram trabalhadores rurais, escravos e vaqueiros contra a tirania da elite maranhense – para pressionar por transformações na sociedade através do voto nas próximas eleições.

“Muitas das mazelas que levaram àquela revolta ainda estão presentes em várias regiões do País, que se traduz na exclusão da população mais pobre de seus direitos e a violência praticada contra os trabalhadores rurais. A Revolta da Balaiada, que foi a luta pelo direito à terra e pelos direitos dos trabalhadores rurais ainda não acabou. Pelo contrário, mais do que nunca precisa do nosso apoio contra um governo ilegítimo e golpista que veio para prejudicar direitos, garantias e o patrimônio do povo brasileiro”, afirmou Zé Carlos.

O parlamentar ressaltou ainda que entre os ataques aos direitos do povo brasileiro patrocinados direta ou indiretamente pelo governo ilegítimo de Temer está à venda do patrimônio nacional e a violência no campo contra trabalhadores rurais. Ele lembrou que o atual governo já demonstrou interesse em permitir a venda de terras da Amazônia, além de privatizar empresas públicas como a Caixa Econômica, os Correios e a Eletrobras. Sobre a violência existente ainda hoje no campo, Zé Carlos lembrou que relatório divulgado recentemente pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontou que entre 2008 e 2017 ocorreram 405 assassinatos no campo.

“A luta hoje está em nossas mãos. Ela não deve ser feita mais com facão ou com mosquetão, como naquela época. Nossa arma hoje é o voto. Daqui a 4 meses o povo poderá dizer se quer um País dominado pelo capital financeiro ou um País democrático. Para isso as eleições precisam ser livres, e o maior líder da nossa história precisa participar. Lula não pode continuar na cadeia por um crime que não cometeu. Só o povo pode dizer se ele pode ou não retornar à Presidência”, defendeu.

Histórico – A Balaiada foi uma luta popular que aconteceu na então província do Maranhão entre os anos de 1838 e 1841. A revolta surgiu como um levante social por melhores condições de vida e contou com a participação de vaqueiros, escravos e outros desfavorecidos. O nome dessa luta popular provém dos “balaios”, nome dos cestos fabricados na região.

Os principais líderes da revolta foram o vaqueiro Raimundo Gomes, o artesão e fabricante de balaios Manoel dos Anjos Ferreira e o quilombola Cosme Bento de Chagas, chefe militar de aproximadamente 3 mil negros. Em 1839 a revolta alcançou grandes vitórias, chegando inclusive a controlar importantes cidades do Maranhão, como Caxias.

Para esmagar o movimento, a Regência que comandava o País (Dom Pedro II ainda não havia atingido a maioridade) enviou o coronel Luís Alves de Lima e Silva (futuro Duque de Caxias). Ele assumiu o comando das tropas do Maranhão, Piauí e Ceará, compostas de mais de 8 mil homens bem armados. Em 1840, logo após atingir a maioridade, o imperador Dom Pedro II concede anistia aos revoltosos que abandonarem a luta. Cerca de 2.500 combatentes aceitam a oferta. Em 1841, as tropas governistas derrotaram definitivamente os últimos revoltosos.

 

Héber Carvalho

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