Zarattini apoia posição do Conselho Nacional de Saúde pelas críticas ao governo frente à pandemia

O líder da Minoria no Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), parabenizou o Conselho Nacional de Saúde (CNS), na noite dessa quarta-feira (29), pela coragem de publicar uma Carta Aberta na qual acusa o governo Bolsonaro de não estar lutando para preservar vidas durante a atual pandemia do novo Coronavírus. O parlamentar lembrou que o CNS classificou de “irresponsáveis, criminosas e genocidas” as atitudes do Presidente Bolsonaro perante a pandemia, e que chamou de “desastrosa” as políticas do ministro Paulo Guedes para mitigar os efeitos da crise gerada pela Covid-19.

Segundo o Líder da Minoria no Congresso, diante do comportamento e da falta de atitude de Bolsonaro perante a crise sanitária, social e econômica gerada pela pandemia, é mais do que necessário a saída dele do poder.

“Um presidente da República que está se lixando para centenas e milhares de mortes no seu País é um presidente que não pode continuar governando; é um presidente que não tem as condições morais de continuar governando; é um presidente que tem de sair o mais rápido possível, porque nós precisamos, neste momento, efetivamente, de quem queira cuidar do povo brasileiro; cuidar do ponto de vista da saúde, cuidar do ponto de vista da economia, garantindo que as pessoas tenham condições de sobrevivência, permitindo que as pessoas possam ter assistência médica, possam ter tratamento, possam fazer os testes”, explicou.

O deputado Zarattini acusou ainda o ministro da Saúde, Nelson Teich, de não cumprir a promessa feita por ele quando assumiu o cargo, de testar a população em larga escala. Ele ainda criticou o governo Bolsonaro por não garantir os recursos necessários para se combater a Covid-19 no País.

“Por que não se distribuem recursos aos estados e municípios? Até agora foram apenas 5,5 bilhões de reais para o Ministério da Saúde e só foi transferido 1 bilhão de reais para os estados e municípios”, criticou. Segundo Zarattini, até agora o governo Bolsonaro só atuou para impedir a votação no Senado do projeto de compensação do Fundo de Participação dos municípios e dos estados.

“E não venha o governo dizer que não tem recursos, porque ele tem. O Banco Central tem mais de 450 bilhões de reais de lucro por operações cambiais. O Tesouro Nacional tem mais de 450 bilhões de reais para pagamento da dívida interna. Nós precisamos garantir que os estados e municípios tenham condições operacionais de continuar funcionando, porque, sem eles, não haverá tratamento para as pessoas, não haverá condições de se fornecer uma política de assistência social que permita a sobrevivência das famílias”, observou.
O parlamentar destacou ainda que é preciso que o Senado vote o projeto de ajuda aos Estados e municípios, e que o presidente sancione e libere os recursos. Zarattini ressaltou que o Brasil atualmente “vive uma situação caótica”, e que pode piorar porque já apresenta “os maiores índices de infecção do mundo”, podendo se tornar “um dos recordistas no número de mortes nessa pandemia”.

“Infelizmente, nós estamos vivendo essa situação, que, para nós da Oposição, não é nenhum motivo de felicidade, é motivo de tristeza, é motivo de pesar. É por isso que nós estamos aqui lutando tanto para que sejam aprovados projetos que garantam ao povo brasileiro condições de saúde e de sobrevivência econômica”, afirmou.

Bolsonaro-Paulo Guedes

O líder da Minoria no Congresso também criticou o ministro da Economia, Paulo Guedes, pela falta de sensibilidade em compreender os desafios que a atual pandemia impõe ao País. Carlos Zarattini disse que o ministro da Economia tem que abandonar a política de redução do déficit e de equilíbrio fiscal, em nome da sobrevivência do povo brasileiro.

“Nós aprovamos uma política de “orçamento de guerra”. Vamos voltar a votar! Gostaríamos que fosse votada o mais rápido possível essa PEC 10, para que, efetivamente, o governo não tenha nenhum motivo para dizer que não pode gastar o que for necessário, porque, efetivamente, ele vai poder gastar e vai poder garantir, se quiser, as condições de sobrevivência do povo brasileiro”, observou.

E mesmo depois que o período mais duro da pandemia passar, Carlos Zarattini ressaltou que a política econômica do governo deverá mudar. “Não existem mais exportações de petróleo, não existem mais exportações de aço e de ferro, não existe sequer o mesmo volume de exportações na agricultura. Nós vamos precisar do mercado interno, nós vamos precisar que as pessoas tenham dinheiro no bolso, que as pessoas possam gastar esse dinheiro, consumir, para reativar a economia”, concluiu.

Héber Carvalho

 

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