Relatório final do Gabinete da Transição aponta graves retrocessos; “governo andou para trás”, afirma Alckmin

Alckmin e os coordenadores executivos Aloizio Mercadante e Gleisi Hoffmann (foto: GloboNews/Reprodução)

O relatório final sobre o cenário atual do país após inúmeros retrocessos e desmontes de Bolsonaro em seu governo foi apresentado pelo Gabinete de Transição nesta quinta-feira (22) ao presidente Lula.

Produzido por 32 grupos técnicos temáticos, coordenado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e por Aloizio Mercadante, o documento entrega um diagnóstico do país para que haja uma reconstrução após a devastação cometida pelo governo bolsonarista.

Abrindo o evento, a presidenta do PT e coordenadora política do Gabinete te Transição, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), destacou o resultado alcançado pelos técnicos, a quem agradeceu o empenho e o compromisso com a construção das bases para o novo governo.

Durante o evento de entrega do relatório final, Alckmin destacou graves retrocessos na educação como o corte no orçamento da merenda escolar e o colapso enfrentado pelas universidades e institutos federais do país: “A aprendizagem diminuiu, a evasão escolar aumentou. Os recursos para essenciais, como merenda escolar, ficaram congelados em R$ 0,36, e tivemos quase um colapso dos institutos e das universidades”.

Sobre a saúde, o vice-presidente enfatizou a má gestão de Bolsonaro, a perda de protagonismo do Brasil na vacinação contra a poliomielite e sobre o alto índice de mortes por Covid-19 durante a pandemia. “50% não tomaram dose de reforço de poliomielite. Poliomielite mata e deixa sequela. Aliás, três coisas mudaram o mundo: água tratada, vacina e antibiótico. Há um grande desafio pela frente na saúde. A má condução da saúde fez com que o brasil tendo 2,7% da população mundial tivesse quase 11% das mortes por Covid, nessa pandemia mundial. Fico feliz, como médico, de ver que na PEC Social, a PEC da vida, os recursos mais expressivos estão na área de saúde”.

Armas e feminicídio

Em relação à segurança pública, Alckmin ressaltou que a política armamentista de Bolsonaro pode ter relação com o aumento do feminicídio. “A distribuição absurda de armas na mão das pessoas levou infelizmente a um recorde de morte de mulheres, o feminicídio. Tivemos em seis meses 700 mortes feminicídio e por arma de fogo”, lembrou.

Ele também elencou os desmontes na cultura do Brasil, com perda de queda de 90% de recursos; falou sobre a baixa nos repasses em programas de habitação e construção de moradias populares para pessoas de baixa renda; e ainda sobre o recorde no número de desmatamento na Amazônia, que aumentou 59% entre 2019 e 2022.

“Infelizmente nós tivemos um retrocesso em muitas áreas. O governo federal andou para trás. Então, o estado que o presidente Lula recebe é muito mais difícil e muito mais triste do que anteriormente”.

Lula: “Não pretendo fazer pirotecnia com o relatório”

Durante o evento, que aconteceu no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, o presidente Lula enfatizou que não pretende fazer pirotecnia com o relatório final entregue, e que a sua maior preocupação é que a sociedade brasileira saiba da real situação do país.

“É um material em que eu não pretendo fazer pirotecnia. Eu não pretendo fazer um escândalo, eu pretendo apenas que a sociedade brasileira saiba como nós tomamos posse, que Brasil nós encontramos em dezembro de 2022. Depois de quatro anos de mandato, nós recebemos esse governo em uma situação de penúria, em uma situação em que as coisas mais simples foram feitas de forma irresponsável, porque o governo preferia contar mentiras no cercadinho do que governar o país”.

Lula disse ainda que é a primeira vez que um presidente da República toma posse e começa a governar antes da posse.

“Nós tivemos a responsabilidade de fazer uma PEC, e todo mundo sabia que essa PEC não era nossa. Essa PEC era pra cobrir a irresponsabilidade do governo que vai sair, que não tinha colocado dinheiro necessário para atender as pessoas com a política que ele próprio prometeu. Eu quero agradecer companheiro Guimarães e Jacques Wagner, aos presidentes de partidos políticos, porque o que parecia impossível aconteceu: com a votação expressiva, muitos partidos que não são da base do governo apoiaram a PEC em uma demonstração de solidariedade pelo povo mais pobre desse país”.

Confira o documento, na íntegra, aqui.

Do PT Nacional

 

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