O Brasil é o único país contra a inclusão de condições seguras de trabalho nas convenções da OIT, denuncia Bohn Gass

Bohn Gass e Maria do Rosário discursam em plenário. Fotos: Gabriel Paiva-Arquivo

O deputado Bohn Gass (PT-RS) destacou em plenário, nesta terça-feira (22), estudo realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que revela que, por ano, 2 milhões e 700 mil pessoas morrem por doenças vinculadas ao mundo do trabalho. Isso gera um prejuízo gigantesco para empresas e governos, algo em torno de 3,9% do PIB mundial. “Então, para estancar essa sangria com vidas tiradas absurdamente, a OIT trabalha para incluir nas suas convenções o princípio fundamental de condições de trabalho seguras e saudáveis”, informou.

O deputado observou que pode até parecer óbvio para todos que essas condições seguras de trabalho devem estar incluídas nas convenções, nos princípios da OIT. “Mas o governo brasileiro — pasmem — é contra, é o único país do mundo que está contra esse princípio das Convenções da OIT. E qual é o argumento? O argumento é que isso pode dar margem a muitos processos trabalhistas”, criticou.

“Ora, uma pessoa submetida a qualquer trabalho que não seja seguro tem que ter direito a essa segurança. Para Bolsonaro, não. Ele só pensa no interesse do patrão, ele só pensa no lucro da empresa, nunca no empregado e na melhoria da vida do trabalhador. A verdade é uma só: Bolsonaro só pensa nos patrões, nos endinheirados e não no trabalhador”, protestou.

Reforma Trabalhista

Bohn Gass relembrou da Reforma Trabalhista, com a falsa promessa de que ela geraria emprego, de que a economia cresceria, de que atrairíamos investimentos externos. “Tudo isso é falso para enganar a população, para favorecer os patrões e prejudicar os trabalhadores”, desabafou e reforçou a sua denúncia de que o Brasil é o único país que não quer ver como princípios fundamentais da OIT as condições de trabalho seguras e saudáveis.

“Enquanto nós fazemos essa denúncia, enquanto nós lutamos para que a segurança no trabalho possa acontecer, também já queremos dizer que a construção para o futuro do novo presidente deste País, o Lula, é revogar as destruições das reformas que foram feitas”, anunciou ao acrescentar que essa “é nossa esperança para o futuro, com Lula, para o bem do povo brasileiro”.

Desemprego

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) também usou a tribuna para falar do mundo do trabalho, especialmente sobre o desemprego, que hoje já ultrapassa 14 milhões de desempregados e desempregadas e, em sua maioria, em todas as taxas, com grave situação para o jovem e grave situação para as mulheres. O emprego formal, segundo a deputada, é mais difícil de ser alcançado “quando há um projeto que aceita promover apenas a precarização das relações de trabalho e acaba por aceitar a miserabilidade como um caminho”.

“O aspecto positivo a ser destacado é que o nosso ex-presidente Lula, que se prepara para uma nova jornada, há poucos dias, referiu-se à necessidade de revogar a chamada Reforma Trabalhista, destacando que, desde o período do golpista Temer até os dias atuais, a reforma não cumpriu aquele compromisso que foi mentirosamente colocado de geração de emprego”.

Ao contrário, afirmou a deputada, gerou desemprego, gerou perdas e trabalho precário. “Junto com o trabalho precário e o desemprego, gerou a destruição de sindicatos, a destruição de direitos, a destruição da maternidade protegida, do direito à saúde, do direito à própria Previdência”, desabafou.

Maria do Rosário, ao defender, como fez o ex-presidente Lula, a revogação da Reforma Trabalhista, sustentou a importância dos sindicatos, das centrais sindicais, da CUT e da luta dos trabalhadores e trabalhadoras. “No campo e na cidade, é que se luta por melhores condições de vida, e os sindicatos cumprem um papel fundamental”, afirmou.

Vânia Rodrigues

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