Negociação da Lava Jato para adquirir programa de espionagem israelense comprova que Lava Jato agiu ilegalmente

Foto: Site do PT

Parlamentares da Bancada do PT na Câmara dos Deputados afirmaram em declarações pelo Twitter, nesta segunda-feira (26), que a revelação de que procuradores da Lava Jato negociaram a compra do programa espião Pegasus – com uma empresa israelense – é a comprovação cabal da perseguição contra Lula e a tentativa de criação de um Estado policial para violar a democracia no País. Nas mensagens, os petistas exigiram a investigação do caso e punição de todos os envolvidos no escândalo, especialmente o ex-procurador-chefe da Lava Jato Deltan Dallagnol, e do comandante informal da Operação, o ex-juiz Sérgio Moro.

As declarações dos petistas estão baseadas em uma reportagem do jornalista Jamil Chade, publicada hoje (26) em sua coluna no site UOL, que revela detalhes das negociações entre procuradores e representantes da empresa que vendia o sistema de espionagem. O jornalista lembra que o programa Pegasus virou notícia no mundo no último dia 18 por ter sido utilizada por governos para espionar jornalistas, ativistas e inimigos políticos dos chefes de Estado.

Em uma petição protocolada pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), também nesta segunda, os advogados ainda revelaram como os procuradores da Lava Jato tentaram criar um sistema cibernético de espionagem. O documento tem como base uma perícia em mensagens de chats trocadas entre membros da Lava Jato apreendidas na Operação Spoofing.

Para a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), a denúncia é a comprovação da forma ilícita como a Lava Jato atuou no País. “Quanto mais conhecemos as entranhas da Lava Jato, mais claro fica o projeto autoritário de Moro e Dallagnol. Queriam destruir Lula e substituir a democracia por um estado policial. A cara do Bolsonaro. Mais um crime revelado pelos advogados de Lula”, afirmou.

Segundo a reportagem de Jamil Chade, a petição dos advogados de Lula – a partir dos diálogos de procuradores – afirma que está comprovado que “a operação Lava Jato teve contato com diversas armas de espionagem cibernética, incluindo o aludido dispositivo Pegasus”.

O jornalista lembrou que, em uma conversa no chat do grupo de procuradores em 31 de janeiro de 2018, é citada uma reunião entre os membros da “Lava Jato” do Rio de Janeiro, de Curitiba e representantes de uma empresa israelense que vendia uma “solução tecnológica” que “invade celulares em tempo real (permite ver a localização etc)”. Segundo Valeska Teixeira Martins e Cristiano Zanin Martins, advogados de Lula, essa tecnologia seria mais tarde identificada como sendo o Pegasus.

Vários parlamentares condenaram o esquema de espionagem da Lava Jato. Para o deputado José Guimarães (PT-CE), “o que essa operação fez em nome do “combate à corrupção” não passa de uma farsa!”. “Mais uma das trapaças jurídicas que violentaram o Estado Democrático de Direito”, disse.

Na mesma linha, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) ressaltou que a denúncia revelou um dos objetivos ocultos da Lava Jato. “Eles queriam espionar”, concluiu.

Por sua vez, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) destacou que esse novo escândalo é “mais um indício de que Lava Jato foi uma fraude!” “A operação que dizia combater a corrupção parece estar muito mais envolvida com processos clandestinos! A revelação da vez foi a tentativa de espionagem por parte dos procuradores! É estarrecedor!”, observou.

Já a deputada Erika Kokay (PT-DF) disse que “é gravíssima a revelação de que a Lava Jato chegou a negociar o programa espião Pegasus com a empresa israelense”. “A operação tentou criar um sistema de espionagem clandestina. Mais uma prova de que procuradores agiram ao arrepio da Lei”, criticou.

Lewandowski encaminha denúncia à PGR

O ministro do STF Ricardo Lewandowski encaminhou nesta segunda-feira a reclamação da defesa do ex-presidente Lula sobre a negociação da compra do sistema de espionagem ao Procurador-Geral da República e à Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal.
Também criticaram a criação de um sistema de espionagem pela Lava Jato e elogiaram a atitude do ministro do STF os parlamentares petistas Paulo Pimenta (RS), Helder Salomão (ES), Alencar Santana Braga (SP), Padre João (MG), Odair Cunha (MG) e Rubens Otoni (GO).

Héber Carvalho

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