Governo Bolsonaro é culpado pelo abandono da agricultura familiar e da volta da fome ao Brasil

Foto: Reprodução

Parlamentares da Bancada do PT na Câmara e dirigentes de entidades e movimentos sociais da agricultura familiar afirmaram durante debate na tvVPT, realizada no canal do Youtube e Facebook PT na Câmara, na noite dessa segunda-feira (27), que o governo Bolsonaro é o grande responsável pelas dificuldades enfrentadas pela agricultura familiar do País e pela volta do Brasil ao Mapa da Fome. O debate contou com a participação do líder do PT na Câmara, deputado Bohn Gass (RS); da secretária Nacional Agrária do PT, Elisângela Araújo; do presidente da Contag, Aristides dos Santos, do dirigente do MAPA, Frei Sérgio; e do deputado Beto Faro (PT-PA).

Na abertura do programa, Bohn Gass destacou que o atual cenário de abandono da agricultura familiar no País contrasta com os tempos em que o PT governou o País. “O Brasil já viveu um momento nos governos de Lula e Dilma, em que o País foi tirado do Mapa da Fome, com combate à pobreza e à miséria. Infelizmente voltamos a ter no Brasil gente passando fome, mesmo tendo um espaço tão maravilhoso de produção de alimentos”, lamentou.

Durante o programa também foi exibido trecho de uma entrevista do ex-presidente Lula a uma rádio de Aracaju (SE). Lula disse se sentir constrangido com a volta da fome ao Brasil e a falta de respeito demonstrada pelo atual governo com a população mais pobre do País.

Segundo o presidente da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides dos Santos, a atual situação de abandono da agricultura familiar e da volta da fome é fruto do golpe que derrubou a então presidenta Dilma Rousseff em 2016. Segundo ele, as reformas liberais dos governos Temer e do governo Bolsonaro têm contribuído decisivamente para o atual cenário.

“As entidades que representam a agricultura familiar e camponesa, juntos com o PT e os demais partidos de esquerda, após o golpe contra a presidenta Dilma vem na luta e na resistência para tentar garantir os direitos do povo, perdidos com as reformas Trabalhista e da Previdência. Tudo isso vem construindo a atual situação, em que a economia não cresce, não gera emprego, pelo contrário, só precariza”, apontou. Segundo Aristides dos Santos, é preciso mais investimentos e políticas públicas voltadas à produção da agricultura familiar.

A secretária Nacional Agrária do PT, Elisângela Araújo, ressaltou que a agricultura familiar tem capacidade de produzir e fornecer alimentos de qualidade a todo o povo brasileiro. “Vivemos um momento complexo de desmonte das políticas públicas para a agricultura familiar, mas a população do campo, das águas e das florestas tem demonstrado capacidade de produzir alimentos conservando as nossas riquezas naturais e a biodiversidade”, observou.

Já o dirigente do Movimento dos Pequenos Agricultores (MAPA) Frei Sérgio lamentou que é uma vergonha o Brasil voltar ao Mapa da Fome. “É um escândalo a fome em um País como o Brasil, que tem a maior área agricultável do mundo. Nós temos que dizer que um governante que deixa isso acontecer não tem vergonha na cara. Nós já saímos do Mapa da Fome e provamos que é possível produzir alimentos para todo o nosso povo, e ainda para exportar. Então, se tem fome a culpa não é dos camponeses, mas da política econômica que abandonou os agricultores familiares à própria sorte”, acusou.

Núcleo Agrário

Representando o Núcleo Agrário do PT, o deputado Beto Faro reafirmou que, sem políticas públicas e orçamento, a difícil situação da agricultura familiar e a fome vão continuar no País.

“Precisamos de um governo que se comprometa com o financiamento e assistência técnica (para os agricultores familiares). Fico triste, por exemplo, em ver o Incra, atualmente. Uma instituição que é importante para os assentados da reforma agrária, hoje não tem recursos para garantir o desenvolvimento dos assentamentos, o fomento e acesso a estradas para os assentados. Sem políticas públicas não vamos conseguir produzir alimentos para o nosso povo, até mesmo para baratear o custo dos alimentos, que estão muitos altos”, explicou.

Héber Carvalho

 

Veja abaixo a íntegra do debate na TVPT na Câmara:

 

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