Bohn Gass defende a valorização do salário mínimo para melhorar a economia do País e a vida dos brasileiros

Líder do PT, deputado Bohn Gass (RS) - Foto: Cleia Viana-Câmara dos Deputados

O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Elvino Bohn Gass (RS), defendeu em plenário, nesta quinta-feira (9), a valorização do salário mínimo. “Ele é fundamental para a vida das pessoas e para a economia deste País; é a referência para o aposentado, referência para o consumo, e é a referência para enfrentarmos a difícil situação do empobrecimento que as pessoas estão vivendo”, afirmou. O deputado mencionou a cartinha do garoto que escreveu ao Papai Noel, dizendo que o presente que ele quer neste fim de ano é a possibilidade de comer carne. “Se o povo tiver um salário mínimo ajustado acima da inflação, poderá comprar ele mesmo a sua própria carne. E é isso o que nós desejamos à população brasileira”, completou.

O salário mínimo, explicou Bohn Gass, quando foi criado por Getúlio Vargas, em 1940, tinha a necessidade de incluir moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte, previdência social para que a família, para que os integrantes de uma família pudessem viver com dignidade com esse salário do trabalhador.

Com o passar do tempo, esse salário perdeu seu poder aquisitivo a tal ponto que, para ter a equiparação relacionada àquela época do que se comprava com aquele salário mínimo, os dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) apontam que o salário mínimo atual deveria estar de R$ 6 mil. “Mas o salário mínimo está neste momento em R$ 1.100”, lamentou.

Bohn Gass relembrou que até 2003, quando o presidente Lula assumiu o governo, o salário vinha sendo reajustado pela inflação — e apenas pela inflação. “Com a política do presidente Lula, e seguido depois pelo governo Dilma, fazia-se o reajuste do salário mínimo pela inflação e também pelo PIB, pelo crescimento da economia, isso dava condições reais de reajuste de salário”, frisou, acrescentando que o valor de reajuste real nos governos do PT foi de 74,33%. “Se esse reajuste não tivesse sido feito, o salário mínimo neste ano não estaria em R$ 1.100, estaria em R$ 616,92”.

O líder do PT chamou a atenção de aposentados e trabalhadores, que na sua grande maioria recebe o salário mínimo. “Atenção categorias que, para qualquer dissídio, qualquer negociação, usam a referência do salário mínimo, se os presidentes Lula e Dilma não tivessem reajustado o mínimo acima da inflação, o salário mínimo hoje estaria em R$ 616,92 e o ano que vem, iria para R$ 685”, reforçou.

A política de reajuste real do salário mínimo, segundo Bohn Gass, tem a ver diretamente com a qualidade de vida das pessoas, com o poder de compra. “Este salário, além de dar essa qualidade de vida e condição para as famílias, vai parar todo no comércio, na indústria, na padaria, nas compras, enfim, é um dinheiro circulante que vai ajudar na economia, e econômica aquecida garante empregabilidade”, destacou.

Golpe

Na avaliação do líder Bohn Gass, a política de ganho real do salário mínimo foi um dos motivos do golpe que retirou a presidenta Dilma do Poder. “Uma das primeiras coisas que o Temer fez e que foi seguido pelo Bolsonaro — depois do golpe injustamente feito sobre o governo da presidenta, honesta, Dilma — foi congelar o salário mínimo, foi reajustá-lo apenas pela inflação, foi retirar do reajuste que vinha pela política dos Governos do PT”, relembrou.

Segundo o líder do PT, se a política de ganho real não tivesse sido interrompida, o salário mínimo para 2022 poderia estar de R$ 1.262. “Para o trabalhador essa diferença tem um forte impacto frente ao altíssimo preço do gás de cozinha, frente ao altíssimo preço da carne, frente ao altíssimo preço de todas as compras de mercado que se têm que fazer, de alimentos, frente a todos esses altos custos. Não estou nem falando aqui da gasolina, do diesel e da conta de luz”, ressaltou.

A causa disso (alta dos preços), na avaliação do deputado, é da política incompetente do ministro Paulo Guedes (Economia) e do próprio presidente Bolsonaro. “E as pessoas ainda estão com salários congelados, porque o reajuste não acompanha o crescimento da inflação. Nós estamos realmente vivendo a pior das situações de desgraça para as famílias brasileiras. Então, o salário mínimo precisa ter o seu reajuste acima da inflação, o Congresso precisa fazer esse debate”, defendeu.

Proposta de valorização do salário

Tramita na Câmara projeto de lei (PL 370/2019), de autoria do deputado Bohn Gass e da presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), que retoma a Política Nacional de Valorização do Salário Mínimo. “A nossa proposta é para que o reajuste do salário mínimo seja: inflação mais o crescimento do PIB, para que haja ganho real para os trabalhadores. Nós queremos que esse projeto seja aprovado, seja votado aqui na Casa”, afirmou.

Deputada Gleisi Hoffmann. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Bohn Gass ainda enfatizou que inúmeras vezes, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, a Bancada do PT apresentou emendas para garantir ganho real para o salário mínimo. “Mas, infelizmente, este Congresso, submisso ao Governo Bolsonaro, à lógica bolsonarista, quer diminuir a renda para a população, e permitir que o Paulo Guedes e poucos endinheirados enriqueçam com rachadinhas ou com aplicações no mercado especulativo, até em paraísos fiscais. Esses ganham muito dinheiro. Esses estão bem. Mas o povo está mal, está precisando que a economia esteja mais ativa, que tenha mais consumo, e que possa comprar melhor e viver com mais dignidade”, conclui.

Leia a íntegra do PL 370/19:

Vânia Rodrigues

 

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