Parlamentares e entidades sindicais presentes à plenária organizada pela Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Serviços Públicos, com apoio das Lideranças da Oposição, e do PT na Câmara – que debateu reajuste emergencial para o setor -, reconheceram que a mobilização e unidade na luta dos servidores públicos derrotaram a Reforma Administrativa (PEC 32) proposta pelo governo Bolsonaro. Para eles, a reposição salarial almejada pela categoria só terá sucesso se a mesma estratégia vitoriosa utilizada na PEC 32 for mantida.
O encontro que ocorreu nesta terça-feira (15) foi conduzido pelo coordenador da frente parlamentar, deputado Rogério Correia (PT-MG). “A unidade dos servidores públicos levou à derrota da PEC 32. Essa proposta não era só ataque aos servidores públicos, mas fundamentalmente ao serviço público”, lembrou Correia.
“Precisamos nos manter unidos. Este ano não podemos errar para que esse tipo de governo não se repita”, alertou o coordenador da frente parlamentar.
Em sua fala, o líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), lembrou que nos últimos cinco anos os servidores públicos não tiveram reajuste salarial. “É bom lembrar que o último reajuste dessa categoria foi pactuado pela presidenta Dilma Rousseff por três anos. Isso tem corroído o poder de compra do povo brasileiro”, pontuou.
Lopes conclamou os trabalhadores do setor público para aumentarem a resistência e garantir a travessia. Ele assegurou que a bancada petista continuará a denunciar o desgoverno Bolsonaro que, segundo o parlamentar, se transformou também em um genocida.
Para Reginaldo Lopes, “é impossível superar a desigualdade sem o Estado brasileiro, sem o serviço público”. De acordo com ele, “só teremos serviço público de qualidade se tivermos servidor público respeitado”.
Luta por direitos
O deputado Alencar Santana reconheceu que a luta que os trabalhadores do serviço público estão travando é legitima por ser uma luta por seus direitos. “Se naquele período a mobilização foi essencial para impedir a PEC 32, neste ano, a mobilização é fundamental para que se conquiste a reposição salarial. O parlamentar lembrou que “dinheiro tem, só não tem vontade política de Bolsonaro para fazer”.
Alencar Santana disse ainda, que Bolsonaro elegeu esse setor como um de seus inimigos. “Os servidores e o serviço público foram atacados. Em nenhum momento houve um gesto de valorização, de reconhecimento. Pelo contrário, é um governo que quer destruir o Estado brasileiro, o servidor e o serviço público que fazem parte desse projeto maior”, denunciou.
A representante da Central do Servidor Pública Silvia Helena disse que a categoria impôs uma derrota a Bolsonaro com a PEC da Reforma Administrativa. Ela acredita que para ser definitiva, é necessário que se mantenha a unidade. “No reajuste salarial não pode ser diferente”, sentenciou. Ela afirmou que o que se está reivindicando nem chega a ser reajuste, mas uma recomposição das perdas salariais.
O coordenador da Fenajufe, Thiago Duarte, destacou que o desafio de 2022 é conseguir a reposição inflacionária, o reajuste emergencial. “A gente sabe que as perdas são maiores que os 20% que estamos reivindicando”, ponderou.
“O governo nos trata como inimigos e precisamos tratar esse nosso inimigo com mobilização, com força. Por isso, faremos neste dia 16 (amanhã) dia nacional de paralisações em todo o Brasil para conquistar esse reajuste”, informou o sindicalista.
Sérgio Ronaldo, representante da CUT, lembrou-se que durante a tramitação da PEC 32 os servidores públicos ficaram sob sol e chuva na grande batalha contra a Reforma Administrativa. “Essa luta está servindo de exemplo para continuarmos enfrentando esse maldito que foi colocado na Presidência do Brasil, que foi vendido como um posto Ipiranga, mas é um posto Ipiranga que vende gasolina adulterada mais cara do mundo”, ironizou.
O cutista conclamou os presentes para cerrarem fileira no ato nacional que em Brasília será no espaço do Servidor, na Esplanada dos Ministérios, nesta quarta-feira (16).
Também participaram da plenária, os deputados Airton Faleiro (PA), Leo de Brito (AC), Paulo Teixeira (SP), Paulo Pimenta (RS), Patrus Ananias (MG), Erika Kokay (DF) e Pedro Uczai (SC).
Veja a plenária na íntegra:
Benildes Rodrigues