Rogério Correia requer à PGR investigação sobre denúncias de irregularidades em orçamento secreto do governo Bolsonaro

Deputado Rogério Correia. Foto: Ricardo Albertini/Câmara dos Deputados

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) protocolou um pedido para que a Procuradoria-Geral da República investigue denúncias de irregularidades na execução orçamentária de recursos oriundos de emendas do relator (RP-9), sob a acusação de turbinar gastos para indicações de parlamentares aliados ao governo do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro.

No documento, o deputado  cita matérias veiculadas na imprensa que denunciam o que ficou conhecido como tratoraço, por também envolver a compra de tratores em esquema que gerou investigações do Tribunal de Contas da União por haver superfaturamento em várias operações de aquisição do  equipamento para prefeituras. O orçamento secreto  destina a um grupo de deputados e senadores bilhões de reais sem critério técnico ou transparência.

“A prática da distribuição de recursos orçamentários para beneficiar estados e municípios a partir da intervenção de deputados e senadores provoca rupturas na ordem política e constitucional, como os princípios a impessoalidade, publicidade, eficiência da ação governamental no desenvolvimento de políticas públicas, redundando na distorção da representação democrática”, argumenta o deputado no  pedido.

Orçamento e base de apoio ao governo

A oposição ao governo argumenta que os recursos do orçamento secreto são usados para manter a fidelidade da base de Bolsonaro no Congresso a fim de evitar um processo de impeachment.

Na denúncia apresentada, Correia lista uma série de possíveis irregularidades e solicita à PGR que:

1)  promova apuração das denúncias apresentadas na representação, de forma coordenada considerando o potencial de uma ação sistêmica envolvendo a execução irregular e ilegal dos recursos provenientes das emendas do relator-geral bem como a possibilidade da ocorrência das irregularidades observadas em outros ministérios, já que aparenta se caracterizar como modus operandi governamental;

2) determine o levantamento de todos os contatos firmados ou em procedimentos preparatórios em todos os ministérios e órgãos os quais disponham de dotação orçamentária proveniente das emendas do relator-geral (RP9), bem como a análise dos mesmo diante da  possibilidade de o ministro ter adotado alguma ação na indicação de destinação de recursos para obras, máquinas e equipamentos, bem como a possibilidade da ocorrência das irregularidades observadas em outros ministérios, já que aparenta se caracterizar como modus operandi governamental;

3) nos casos em que já foram adotadas as apurações preliminares, determine que as unidades ministeriais sejam informadas de todo o contexto que pode envolver as ilicitudes  administrativas com reflexos criminais, possibilitando o aprofundamento das investigações e que possam contribuir para a elucidação da eventual atuação ilegal coordenada pelos autores;

4) solicite informações ao Tribunal de Contas da União sobre as diversas ilicitudes em fase de apuração, sobretudo a decisão que suspende as licitações na Codevasf;

5) informe ao Supremo Tribunal Federal de todo o contexto e desenvolvimento das apurações levadas a efeito pelos diversos órgãos do Ministério Público, de forma que possa qualificar o processo decisório no âmbito das ADPFs nº 851, 850 e 854, cuja relatoria é da ministra Rosa Weber.

Leia o documento na íntegra:

Tratoraço REPRESENTAÇÃO-MP-ORÇAMENTO-SECRETO-AQUISIÇÃO-SOBREPREÇO-DE-MÁQUINAS-E-EQUIPAMENTOS-DISTORÇÃO-NA-ALOCAÇÃO-DE-RECURSOS-PARA-BENEFICIAR-PARLAMENTARES-DA-BASE-GOVERNISTA-Versão-II

Leia mais:

Rogério Correia quer explicações sobre “orçamento secreto” do governo Bolsonaro

 

Redação PT na Câmara com Carta Capital

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