Rogério Correia e Padre João se solidarizam com as vítimas de Brumadinho e protestam pelos 1000 dias de impunidade

Brumadinho - Foto: Ricardo Stuckert/arquivo

Em discurso emocionado nesta quinta-feira (21), na tribuna da Câmara, o deputado Rogério Correia (PT-MG) lembrou os mil dias do crime da Vale em Brumadinho. “Hoje completam mil dias do crime da Vale em Brumadinho. E o pior, é que são 1.000 dias de impunidade”, lamentou. E acrescentou: “Mesmo após 272 pessoas serem mortas, soterradas pela lama, o Superior Tribunal de Justiça anulou ontem (20) a denúncia contra 18 réus, incluindo o presidente da Vale, Fabio Schvartsman. Com isso, o processo retornou à estaca zero e vai agora para a Justiça Federal”, protestou, sem esconder a sua indignação.

O parlamentar também destacou a ausência de justiça pelo crime de Mariana, ocorrido há seis anos, e pediu 1 minuto de silêncio pelas vítimas das duas tragédias. “Um minuto de silêncio e ao mesmo tempo um minuto de reflexão, para que esse crime de Brumadinho, esse crime da Vale, não passe em vão, não seja esquecido, para que essas pessoas possam ser punidas”, afirmou.

Deputado Rogério Correia – votação de MP – Cleia Viana – Câmara dos Deputados

Rogério Correia estava com o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito de Brumadinho, da qual relator. “Tenho esta imagem de um quadro de um artista plástico, que simboliza Brumadinho entregando uma flor para Mariana, disse, mostrando o documento. E reforçou: “Infelizmente, a impunidade é a marca desse processo”.

O deputado do PT mineiro informou ainda que na manhã de hoje, as pessoas, os atingidos, os familiares estavam realizando uma manifestação em frente à Justiça Federal, em Belo Horizonte, para denunciar as 272 mortes de Brumadinho e as 21 mortes de Mariana, além da devastação ambiental enorme do Rio Doce e do Rio Paraopeba.

“Nenhuma casa ainda foi construída no Distrito de Bento Rodrigues, há 6 anos soterrado pela lama em Mariana. Em Brumadinho, ainda existem corpos debaixo da lama. E a impunidade permanece. Repito, são 1.000 dias de impunidade em Brumadinho e 6 anos de impunidade em Mariana”, denunciou.

Rogério Correia ainda destacou alguns nomes das vítimas, dos que foram soterrados pelo crime da Vale. “Então, registramos nossa homenagem a Adail dos Santos Junior, Adair Custodio Rodrigues, Ademário Bispo, Adilson Saturnino, Camila Santos, Camila Taliberti, Carla Borges, Carlos Augusto dos Santos, Cristiano Serafim Ferreira, Cristiano Vinicius, Leandro Rodrigues, Leonardo Pires e tantos outros que foram soterrados na lama”, citou emocionado.

“E olha que a Vale distribuiu R$ 30 bilhões de dividendos mês passado — um recorde! — para banqueiros e acionistas, e comemora lucros exorbitantes”, criticou.

“Não esqueceremos”

O deputado Padre João (PT-MG) usou as suas redes sociais para lembrar os mil dias de impunidade pela tragédia de Brumadinho. “Não iremos esquecer, Brumadinho! Mil dias de impunidade, mil dias do maior crime ambiental da história do Brasil!”.  O deputado destacou que o crime da Vale em Brumadinho matou centenas pessoas e até hoje ninguém foi punido. “E o Superior Tribunal de Justiça acaba de rejeitar a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Minas. Justiça complacente com os poderosos?”, questionou indignado.

O deputado também divulgou vídeo da manifestação de vítimas e familiares da tragédia, realizada hoje, na frente da Justiça Federal de MG. Os atingidos protestam e luta contra a decisão do STJ que anulou a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Minas Gerais, pelas 272 mortes provocadas pelo rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão.

 

Vânia Rodrigues

 

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