Rogério Correia cobra da PGR investigação de fundo bilionário da Lava Jato articulado por Dallagnol

O vice-líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Rogério Correia (MG), encaminhou hoje (16) à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, requerimento em que reforça a necessidade de se apurar eventuais crimes cometidos pela força-tarefa da Lava Jato para a gestão de um fundo de R$ 6,8 bilhões oriundos de acordo de delação feito com a empreiteira Odebrecht.

A petição reitera pedido feito no dia 18 de junho, à própria Dodge, por Rogério Correia e os colegas Bohn Gass (PT-RS) e Leonardo Monteiro (PT-MG). Eles cobraram rigorosa apuração de outra denúncia sobre a Lava Jato, envolvendo fundo de R$ 2,5 bilhões oriundos da Petrobras a título de multa e que seria gerido de forma ilegal pelos procuradores de Curitiba, a partir de acordo com o governo dos Estados Unidos.

O chefe da força–tarefa da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, participou diretamente da articulação dos dois acordos bilionários.

No mês passado, Dodge disse aos três parlamentares petistas que a questão do fundo de R$ 2,5 bilhões estava sendo analisada pelo Supremo Tribunal Federal, mas disse desconhecer o outro acordo feito com a Odebrecht. Por isso, Rogério Correia encaminhou nesta terça-feira à procuradora-geral a íntegra (26 páginas) do acordo de delação entre a empreiteira e a Lava Jato, o qual estipula uma multa bilionária para a empresa.

Fundo público, gestão privada

Rogério Correia reafirmou que as duas denúncias demandam urgente investigação por parte da PGR, sobretudo agora, com as revelações do site The Intercept Brasil sobre conluio criminoso entre o ex-juiz Sérgio Moro e Deltan Dallagnol.

Ambos fizeram uma tramoia à margem da lei para manipular e forjar provas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recordou Correia. Dallagnol ainda armou um esquema para lucrar com o prestígio da Lava Jato, para ganhar vultuosas quantias com palestras. “São denúncias graves que devem ser investigadas a fundo”, comentou o parlamentar.

A criação do fundo bilionário oriundo da Petrobras que os procuradores queriam gerir de forma privada foi objeto de representação da Bancada do PT em março passado. O Supremo Tribunal Federal proibiu, liminarmente, a criação do fundo.

Associação criminosa na Lava Jato

Na denúncia de junho, Bohn Gass, Leonardo Monteiro e Rogério Correia afirmaram que os procuradores, coordenados por Deltan Dallagnol, cometeram crimes como prevaricação, associação criminosa e improbidade administrativa. Praticaram também delitos previstos no Código Eleitoral, como fraude processual e embaraço do exercício do sufrágio, já que a Lava Jato agiu de forma politiqueira, operando em bases criminosas para derrubar a ex-presidenta Dilma Rousseff, prender Lula e criar condições para uma eleição suspeita que elegeu o atual governo, recordou Rogério Correia.

Os procedimentos administrativos e jurídicos foram conduzidos diretamente por Dallagnol, que contou com a celeridade da juíza Gabriela Hardt, substituta de Sérgio Moro nos julgamentos da Lava Jato, que autorizou em menos de 24 horas o pedido do procurador para que o fundo pudesse ser criado. A criação do fundo foi combinada de forma secreta entre o MP/Paraná, Petrobras e EUA, com a juíza agindo também sem dar publicidade ao ato, que só veio à tona através da imprensa.

A decisão final do STF deve ocorrer até setembro, segundo informou Dodge aos deputados do PT, já que o acordo firmado com os EUA prevê troca de informações sobre a destinação dos recursos.

Foto: Divulgação

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