Pimenta: Parlamento deve investigar caso de militar preso com droga em comitiva de Bolsonaro

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), afirmou na tribuna da Câmara nesta quarta-feira (26), que o Parlamento não pode se omitir de investigar esse grave crime cometido dentro da estrutura da Presidência da República. Ele se refere ao militar que viajou em avião da comitiva do presidente Bolsonaro e que foi detido no aeroporto de Sevilha (Espanha) ontem, com 39 quilos de cocaína. “É muito grave, tudo isso ocorreu diante de toda uma estrutura responsável pela segurança do presidente da República sem que nada tivesse sido percebido. Há repercussão internacional enorme e o Parlamento não pode se omitir de investigar”, reforçou.

Na avaliação do líder Pimenta o episódio não pode ser tratado como um fato qualquer. “São 39 quilos de cocaína, é uma quantidade muito grande de drogas. Como é que isso foi colocado no avião sem passar pelo raio X? Quem autorizou que esse produto fosse colocado no avião sem o raio X?  Uma pessoa sozinha era capaz de carregar sozinha a droga para o avião? Quais as suas conexões?, indagou.

Paulo Pimenta enfatizou que existem falhas graves. “Porque ou são falhas ou facilitaram para que esse traficante internacional pudesse se utilizar de uma aeronave que faz parte da comitiva de apoio do presidente da República”. O líder destacou ainda que, segundo o vice-presidente general Mourão, o militar preso retornaria ao Brasil no avião do presidente Bolsonaro, que faria uma escala em Sevilha. “E esse indivíduo que foi preso retornaria na comitiva, caso não tivesse sido preso”, completou.

E se fosse uma bomba?

O líder do PT disse que não seria leviano nem irresponsável para acusar o governo de ser um “governo traficante”. “Mas nós não abriremos mão de que seja feita uma investigação e que ela seja acompanhada pelo Parlamento brasileiro, para que possamos inclusive saber como é tão fácil. E se esse indivíduo em vez de droga tivesse uma bomba dentro do avião? Ele teria embarcado?, questionou.

Pimenta enfatizou que o Parlamento precisa agir e propôs a convocação do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional. “É o Gabinete Institucional que compõe a comitiva, que indica as pessoas”, argumentou. Em segundo lugar o líder defendeu a investigação. “E não vale alegar que ele (militar preso) já tinha voado na época do presidente Temer, porque ele tinha voado, mas nunca tinha sido preso com cocaína. Tinha voado, mas não tinha sido preso como traficante”, frisou.

Escândalos dos seis meses de governo

O líder do PT ainda provocou: “São seis meses do governo Bolsonaro, a Polícia Federal, o Gabinete de Segurança Institucional, a Abin, já não tinham percebido que dentro do condomínio que Bolsonaro mora no Rio tinha um perigoso assassino que havia traficado e tinha em mãos 117 fuzis americano. Desde eleito ninguém entrava naquele condomínio sem passar por identificação. Abin não percebeu? Sérgio Moro (ministro da Justiça e Segurança) não percebeu? Ninguém percebeu?

Pimenta ainda elencou o escândalo que envolve Fabrício Queiroz, ex-assessor da família Bolsonaro, acusado de movimentação financeira incompatível com sua renda. “Depois veio a notícia de que a mãe e a irmã do tal capitão Adriano, do escritório do crime, acusados de estarem diretamente envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco, estavam nomeados no gabinete do filho de Bolsonaro. Veio a história de que os criminosos botavam dinheiro na conta do Queiroz, que depositava o dinheiro inclusive na conta da esposa do Bolsonaro”.

Pimenta lamentou que em seis meses de governo “é assassino, é miliciano, é traficante, é todo tipo de bandido circulando no condomínio, no avião, nos gabinetes. Então, é preciso investigar”, defendeu.

Vânia Rodrigues

 

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