Petistas protestam contra esvaziamento da Câmara e citam influência nefasta de Eduardo Cunha

PimentaAngelinSagua
Deputados da Bancada do PT ocuparam a tribuna da Câmara nesta terça-feira (28) para criticar o esvaziamento da Casa por causa dos festejos juninos, que inviabilizou a realização de sessão deliberativa nesta semana. “Isso é ridículo. É um acinte! É um deboche! Isso é uma irresponsabilidade com o dinheiro público e com o momento político que o País está vivendo”, afirmou o deputado
Paulo Pimenta (PT-RS)

O deputado do PT gaúcho disse que não é razoável tratar com naturalidade tudo isso que a sociedade brasileira tem assistido e que depõe contra a Câmara. Ele enfatizou que o País está vivendo um momento gravíssimo, um momento de quebra da normalidade democrática. “Há um processo contra uma presidenta sendo julgado no Senado. E esta Casa, que deveria estar aqui debatendo os grandes temas da Nação, na semana passada, não funcionou por conta dos festejos de São João e nesta semana nós não temos sessão deliberativa porque são os festejos de São Pedro”, criticou.

Paulo Pimenta perguntou a quem interessa o Parlamento em silêncio. “A quem interessa, num momento como esse, que a tribuna da Câmara não esteja sendo usada para debater os grandes temas nacionais? Quero fazer o meu protesto, dizendo que essa situação é inaceitável”.

Na avaliação do deputado Pimenta, tudo teve início na sessão do dia 17 de abril, que aprovou a admissibilidade do processo contra a presidenta Dilma Rousseff. “A partir dali tivemos o afastamento do deputado Eduardo Cunha da Presidência da Casa e do seu mandato, mas ele continua comandando. E como ele continua no comando, nós não podemos fazer uma nova eleição, porque a influência dele está aqui, sendo mostrada todos os dias. Ele precisa mostrar que tem força política e condições de fazer com que seus interesses continuem prevalecendo”, lamentou.

Encontro clandestino – Paulo Pimenta destacou ainda o encontro entre o presidente provisório Michel Temer e Eduardo Cunha, no último domingo. “No domingo, à noite, o presidente ilegítimo e interino Temer recebeu às escondidas, no Jaburu, Eduardo Cunha. Não estava na agenda oficial. E aí Temer anuncia que se reuniu com Eduardo Cunha para tratar dos assuntos políticos do País. Mas que assuntos políticos do País o presidente interino tem para tratar com um indivíduo que está prestes a ser cassado da Presidência desta Casa, envolvido nos mais diferentes escândalos e em esquemas de corrupção, com centenas de milhões de dinheiro em contas nos paraísos fiscais?”, indagou.

O deputado Paulo Pimenta enfatizou que é prática do presidente interino e golpista Temer fazer encontros clandestinos no Jaburu, se referindo ao encontro – em um sábado à noite (28 de maio) – com o ministro do Tribunal Superior Eleitoral Gilmar Mendes. “Michel Temer recebeu escondido o ministro que vai julgar as contas eleitorais dele e a imprensa trata tudo com naturalidade, como se tudo isso fizesse parte desse circo montado para justificar um golpe institucional, para colocar no poder um indivíduo que não foi eleito por ninguém, por um governo que não tem representatividade, em que a maior parte dos ministros responde por diferentes crimes”, criticou.

Na avaliação do deputado gaúcho só há uma forma de retomarmos a normalidade democrática: “É pondo fim a esse processo de golpe, é retornando com a presidenta legitimamente eleita. Qualquer saída diferente dessa, não será reconhecida internacionalmente, não será reconhecida dentro do País”, afirmou.

Credibilidade – O deputado Angelim (PT-AC) também criticou o esvaziamento da Câmara nesta semana. Ele enfatizou que em todas as pesquisas de opinião o mais baixo índice de aprovação e de credibilidade é o da classe política, em particular, o desta Casa. “Não se pode admitir que, quando o País passa por uma crise política, econômica e ética, nós passemos uma semana sem votar um projeto, sem ter normalidade na Câmara”.
Angelim aproveitou para manifestar o seu repúdio a essa atitude da Mesa, de liberar a frequência dos parlamentares. “Repudio porque esta é uma semana que poderia ter sido produtiva, que poderíamos ter trabalhado a bem dos interesses do País. Nós estamos aqui, mas onde estão os outros?”, questionou.

Também em tom indignado, o deputado Ságuas Moraes (PT-MT) criticou a falta de quórum afirmando que a Câmara está parecendo uma “casa de faz de conta”, com um presidente interino, porque o presidente titular está com processo de cassação, que marca e desmarca sessões e não se vota matérias importantes para o País.

Vânia Rodrigues
Foto: Gustavo Lima

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