Líderes petistas e ministros do governo Lula defenderam pelas redes sociais punição exemplar dos responsáveis e financiadores dos atos golpistas e terroristas que ocorreram neste domingo (8), em Brasília. Pelo twitter, as autoridades também criticaram o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por não ter tomado as medidas necessárias a fim de impedir a invasão da Esplanada dos Ministérios e a depredação dos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante da baderna que se instalou em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou intervenção federal na Segurança Pública do Distrito Federal.
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), escreveu em seu perfil no twitter que o que ocorreu em Brasília foi uma ação orquestrada de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro envolvidos com atos criminosos tolerados pelo governo anterior.
“O que acontece em Brasília não é movimento de massa, nem espontâneo. É organizado por bandidos que têm interesses bem objetivos: garimpo ilegal, grilagem, liberação de armas, milícias e outras coisas. Tudo isso abençoado por Bolsonaro. Todos eles desprezam a democracia, as instituições”, acusou.
A presidenta do PT também ressaltou que o governador do DF precisa ser responsabilizado pelo vandalismo ocorrido nas sedes dos Três Poderes. “Governo do DF foi irresponsável frente à invasão de Brasília e do Congresso Nacional. É um crime anunciado contra a democracia, contra a vontade das urnas e por outros interesses. Governador e seu secretário de segurança, bolsonarista, são responsáveis pelo que acontecer”, disse Gleisi Hoffmann.
O atual líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG), disse que “é preciso combater e punir os terroristas que invadiram e depredaram as sedes das instituições democráticas, agora em Brasília”.
“A democracia exige que absolutamente todas as omissões – seja do governo Ibaneis, do secretário de Segurança do DF, ou dos comandantes das forças – sejam responsabilizadas criminalmente. Terroristas precisam ser identificados e presos por atos antidemocráticos e destruição do patrimônio público”, afirmou.
O parlamentar ainda manifestou apoio à determinação do presidente Lula ao decretar Intervenção Federal na Segurança do Distrito Federal.
“O presidente Lula acerta ao decretar intervenção federal na Segurança Pública do DF. O Estado brasileiro não pode tolerar omissão e irresponsabilidade. Terroristas, golpistas e ladrões não vão desestabilizar o País”, apontou.
Já o líder eleito para comandar a Bancada a partir de 1º de fevereiro, deputado Zeca Dirceu (PT-PR), cobrou que as Forças de Segurança do Distrito Federal possam, pelo menos, identificar os terroristas que chegaram de ônibus de vários estados do Brasil para depredar o patrimônio público.
“Os ônibus que transportam os terroristas a Brasília, são obviamente o meio mais fácil de ter a lista dos criminosos e também quem pagou e organizou o ato, prisão imediata de todos os participantes, financiadores e organizadores”, destacou.
O líder do Governo Lula na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), acusou a Polícia Militar do Distrito Federal de ter sido omissa – ao não impedir a invasão dos prédios dos Três Poderes – e destacou que os vândalos bolsonaristas responsáveis pela depredação precisa pagar pelos seus crimes.
Esses atos criminosos ferem a democracia brasileira. As instituições não servem a um partido, deveriam ser preservadas. A polícia do DF é omissa! Não podemos pactuar com tamanha violência desses vândalos”, escreveu.
Ministros condenam atos terroristas
Ministros do governo Lula que se licenciaram de seus mandatos para assumir posições no governo Lula também condenaram com veemência os atos terroristas deste domingo em Brasília.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse pelo Twitter que, em atendimento à determinação do presidente Lula, o interventor na área da segurança pública já se deslocou para assumir o controle das Forças de Segurança do Distrito Federal.
“Em cumprimento à decisão do Exmo. Presidente da República, o secretário Ricardo Cappelli já se deslocou para assumir a intervenção na SSP/DF. E seguimos com as operações cabíveis visando ao restabelecimento da ordem pública”, escreveu.
O ministro chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o deputado federal licenciado, Paulo Pimenta (PT-RS), disse que “essa manifestação de uma minoria golpista” vai ser tratada “com o rigor da lei”. Ele ressaltou ainda que tudo não teria ocorrido sem a “cumplicidade e conivência de autoridades do DF”.
“São intoleráveis, inaceitáveis e criminosas as ações deste grupo de radicais contra a democracia e ao Estado de Direito. A invasão da sede dos Três Poderes não seria possível sem cumplicidade e conivência de autoridades do DF”, disse.
Já o ministro do Desenvolvimento Agrário, o deputado licenciado Paulo Teixeira (PT-SP), disse que “por ação e omissão” o recém demitido Secretário de Segurança Pública, Anderson Torres – e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro – “tem que responder pelo crime que está sendo praticado contra as instituições em Brasília”.
“Inadmissível a invasão do Congresso Nacional por golpistas. Eles não querem democracia. Precisam responder nas barras dos tribunais, por crimes contra o estado democrático de direito”, observou.
Já o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Marcio Macedo (PT-SE), publicou o pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenando os atos terroristas e anunciando a Intervenção Federal na Segurança Pública do Distrito Federal.
Também se manifestaram condenando os atos terroristas e a depredação dos prédios dos Três Poderes os parlamentares petistas Alencar Santana (SP), Natália Bonavides (RN), Jorge Solla (BA), Flávio Nogueira (PI), José Ricardo (AM), Paulo Guedes (MG), Airton Faleiro (PA), Luizianne Lins (CE), João Daniel (SE), Carlos Veras (PE), Leo de Brito (AC), Enio Verri (PR), Rui Falcão (SP), Bohn Gass (RS), Rubens Pereira Jr (MA), Rogério Correia (MG), Professora Rosa Neide (MT), Helder Salomão (ES), Arlindo Chinaglia (SP), Patrus Ananias (MG), Leonardo Monteiro (MG), Benedita da Silva (RJ), Padre João (MG), Rubens Otoni (GO), Nilto Tatto (SP), Erika Kokay (DF), Marcon (RS), Valmir Assunção (BA), Joseildo Ramos (BA), Maria do Rosário (RS), Merlong Solano (PI), Carlos Zarattini (SP), Pedro Uczai (SC) e Beto Faro (PA).
Héber Carvalho
