Petistas apontam incapacidade total de Bolsonaro de governar e defendem impeachment já

Parlamentares da Bancada do PT nas duas Casas do Congresso Nacional que participaram na manhã desta quinta-feira (21) do ato de entrega do pedido coletivo de impeachment de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados acusaram o atual presidente de extrema direita de cometer inúmeros crimes de responsabilidade que atentam contra a democracia e a saúde dos brasileiros. Segundo eles, o afastamento de Bolsonaro é a principal medida para evitar tanto mais mortes por conta da pandemia de coronavírus como a destruição social e econômica do País.

O pedido coletivo de impeachment protocolado hoje tem a assinatura de sete partidos (PT, PCdoB, PSol, PCO, PCB, PSTU e UP- Unidade Popular) e de mais de 400 entidades e movimentos da sociedade civil, além de intelectuais e juristas. Outros 31 pedidos de impeachment individuais de partidos, de parlamentares e de cidadãos comuns também já foram protocolados na Câmara.

O ex-ministro da Saúde no governo Dilma, deputado Alexandre Padilha (PT-SP), destacou que o afastamento de Bolsonaro é imprescindível para fazer com que o país se concentre no combate à pandemia de coronavírus e à crise econômica e social. “Em uma pandemia como essa temos que estar concentrados na luta pela vida e pela renda, garantindo que os trabalhadores do serviço essencial possam trabalhar enquanto os outros cumprem o isolamento social”

Padilha disse que Bolsonaro atenta contra a democracia, a administração pública e principalmente a vida, ao militarizar o Ministério da Saúde e transformá-lo em uma “máquina da morte”.
Nazismo

Para o Líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (PT-SE), o impeachment de Bolsonaro é uma medida urgente na tentativa de se evitar uma tragédia humanitária sem precedentes no País. Ele afirmou que Bolsonaro não tem compromisso com a vida, e ainda acusou o presidente de adotar práticas nazistas de eliminação da parte mais frágil da população.

“Apresentamos esse pedido de impeachment em decorrência da negligência com a vida. Bolsonaro tem defendido a eugenia utilizando como arma o coronavírus e a pandemia para eliminar aqueles que considera mais fracos, ou seja, a imunização de rebanho. Ele promove no Brasil a eugenia, uma marca do governo nazista. É fundamental o processo de impeachment para defender a vida e a democracia no nosso País”, afirmou o senador.

A prática da eugenia, utilizada por Adolf Hitler durante o nazismo na Alemanha, consistia na construção de uma sociedade considerada “perfeita” e “mais forte”, onde se permitia a eliminação de pessoas consideradas mais frágeis ou indesejadas pela sociedade.
Bolsonaro, um genocida

Já o deputado e advogado Paulo Teixeira (PT-SP), que elaborou junto com vários juristas o pedido de impeachment, disse não faltam motivos para o afastamento de Bolsonaro da Presidência da República. “Bolsonaro está sendo denunciado por ataques às instituições democráticas, obstrução de Justiça e crime contra a saúde pública, pelo boicote que está fazendo às medidas de combate ao Covid-19. Bolsonaro é um genocida, por isso estamos pedindo o impeachment dele ”, observou.

As deputadas Erika Kokay (PT-DF) e Natália Bonavides (PT-RN) também destacaram a urgência de se retirar Bolsonaro do poder. Para Erika, o pedido de hoje “é a sociedade dizendo não aceita mais a destruição do Brasil por Bolsonaro, nem os ataques dele ao povo e à vida”. Já Natália Bonavides disse que o afastamento de Bolsonaro é fundamental para a preservação da vida dos brasileiros. “O momento é gravíssimo, e não poderíamos nos omitir. O afastamento de Bolsonaro é a medida sanitária mais importante que deve ser tomada neste momento”.

Mobilização Popular

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que “o Brasil não aguenta mais Bolsonaro” e que o afastamento dele é uma necessidade porque o atual presidente se tornou “o grande responsável pela crise sanitária, econômica e política pela qual passa o País”. Porém, ele alertou que será preciso mobilização da sociedade para conseguir a aprovação do impeachment no Congresso.

“É preciso que a gente encontre uma maneira de organizar a sociedade, com todo os cuidados sanitários, pelo Fora, Bolsonaro. O impeachment é o caminho, mas é preciso que o Brasil inteiro se mobilize em torno dessa pauta”.

Após o ato de apresentação do pedido de impeachment, que ocorreu no Salão Negro da Câmara, parlamentares e lideranças de movimentos sociais se dirigiram ao gramado em frente ao Congresso Nacional. No local eles se encontraram com dezenas de manifestantes – todos com máscaras de proteção e mantendo o distanciamento físico – que não puderam entrar na Câmara para acompanhar a cerimônia.

Portando faixas e cartazes escritos “Fora, Bolsonaro”, “Impeachment Já” e “Bolsonaro Genocida”, eles ouviram os pronunciamentos da presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), do presidente do PSol, Juliano Medeiros, e do coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, representando os movimentos sociais.

Héber Carvalho

 

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