Oposição faz obstrução mas preserva trabalhador com aval à liberação do FGTS

Dispostos a mostrar para que o Brasil não está vivendo um momento de normalidade como quer o presidente investigado Michel Temer, as bancadas do PT, PDT, PCdoB, Psol, Rede e PMB colocaram em prática, nesta terça-feira (23), a decisão de obstruir todas as votações da Câmara até que se resolva a crise brasileira com a renúncia ou o impeachment de Temer e com a garantia de eleições direitas para a escolha de quem vai comandar o País. A exceção deu-se para a aprovação da medida provisória (MP 763/16), que permite ao trabalhador sacar o dinheiro de contas inativas do FGTS.

O deputado Pepe Vargas (PT-RS) explicou que a obstrução não é uma questão de ser contra ou a favor de uma medida provisória que libera o saque do FGTS e que muda o critério de remuneração dos saldos do fundo. “A questão é outra. Nós vamos, sim, estabelecer aqui neste Plenário, tanto quanto possível, um processo de obstrução política, por uma razão muito simples: Temer perdeu a legitimidade para ocupar a cadeira (da Presidência da República)”, disse. Pepe Vargas sustentou que, no mérito, o PT sempre foi a favor e votou pelos trabalhadores.

O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) explicou que a Bancada do PT faz uma obstrução política. “Não vivemos uma situação de normalidade. Não é pouca coisa ter uma gravação em que o presidente da República aparece tramando com um criminoso o pagamento de propina para compra de silêncio”, disse o deputado, para quem Temer perdeu “as condições éticas e políticas” de governar. “Este Parlamento não pode funcionar e dar cara de normalidade a uma situação como essa”, completou.

O deputado Marcon (PT-RS) reforçou que a obstrução era necessária pelo momento que o Brasil vive, em que quem comanda o País não tem mais moral de continuar governando. “Mas votamos a favor do trabalhador porque esse saque do FGTS vai ajudar muita gente”.

O vice-líder da Minoria, deputado Henrique Fontana (PT-RS), disse que a obstrução garantia aos parlamentares a oportunidade de utilizar a sessão para denunciar o governo golpista. Cobrado pela base governista como os petistas explicaria para os trabalhadores a obstrução, Fontana foi taxativo: “Mais difícil que explicar a obstrução é explicar ao trabalhador que este Congresso, depois de eleger Eduardo Cunha e colocar Temer na Presidência (da República), vai dar mais um golpe, não vai permitir ao trabalhador exercer o direito de eleger diretamente um novo presidente, deixando que esse novo presidente seja escolhido por um acordão”, disse Fontana.

 

Vânia Rodrigues

Foto: Mídia Ninja

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