“O que existe de mais bolivariano no Brasil é a nossa oposição”, diz Renato Simões

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FOTO: GUSTAVO BEZERRA/PT NA CÂMARA

Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara, nesta quarta-feira (19), com participação do ministro Luiz Alberto Figueiredo, do Itamaraty, parlamentares do PT criticaram a “pequenez” e a “seletividade” da oposição conservadora para tratar dos temas de direitos humanos e das relações internacionais do Brasil.

Motivada por um recente convênio firmado entre o MST e o governo da Venezuela para cooperação em agroecologia e economia solidária, a oposição de direita vem tratando o caso como uma “intromissão” do país vizinho na política brasileira e enxerga no projeto uma tentativa de implantação da “revolução socialista” no Brasil.

Para o deputado Renato Simões (PT-SP), as acusações de parlamentares do PSDB e do DEM, entre outros partidos, não encontra base na realidade e apenas reforçam o caráter autoritário da oposição. “O que existe de mais bolivariano no Brasil é a nossa oposição. Esses fantasmas, que foram usados à exaustão nas eleições, apenas têm reforçado os traços golpistas da oposição”, afirmou Simões.

As críticas de Renato Simões foram reforçadas pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP). “A oposição tenta, a todo momento, pintar uma ‘ameaça vermelha’, um ‘perigo vermelho’. Tenta criar um espantalho para a sociedade brasileira para tentar impedir que nós avancemos nesse processo de relações internacionais. Mas isso não vem colando porque a oposição é extremamente incoerente. Acusam o governo brasileiro de ter feito acordo com Cuba para construir o porto de Mariel, mas não reclamam, por exemplo, das relações com os governos russo e chinês – que poderiam ser acusados de ditadura, de problemas com censura, de restrições de liberdade – para venda de carne”, argumentou Zarattini.

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) avalia que o alvoroço criado pelos setores conservadores brasileiros é semelhante ao que ocorre em outros países latino-americanos e é causado pela dificuldade de aceitar as seguidas derrotas eleitorais. “A América Latina e, em particular, a América do Sul, foi o subcontinente das ditaduras militares dos anos 1960 até os anos 1990. Eu considero uma grande evolução o estado político em que estamos hoje. Só alguém com muita má vontade, ignorância histórica ou fúria ideológica desconhece os avanços que tivemos. O problema é que ainda há uma visão dos setores conservadores do nosso continente que não aceitam a entrada de novos atores sociais na vida política dos nossos países. Usar o MST como parte desse jogo ideológico e dessa paranoia me remonta a cabeças da Guerra Fria”, acredita Ferro.

Estado Islâmico – Em sua exposição, o ministro Luiz Alberto Figueiredo deixou claro que a presidenta Dilma Rousseff jamais propôs negociações com grupos terroristas, como o Estado Islâmico (Isis). Figueiredo chegou a citar trecho do discurso da presidenta na ONU para lembrar que ela apenas afirmou que o uso da força contra países árabes não estaria resolvendo o problema dos conflitos na região e o caso do Iraque era um exemplo disso.

Outros deputados petistas, como Dr. Rosinha (PR) e Nelson Pellegrino (BA) exaltaram o trabalho do Itamaraty nos doze anos de governos Lula e Dilma, sobretudo pela afirmação da nossa soberania e pela promoção da integração regional e da multipolaridade no mundo, com especial protagonismo das nações em desenvolvimento.

Rogério Tomaz Jr. 

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