Ministro da Educação cai: novo caso de corrupção no governo Bolsonaro

Foto: Site do PT

O escândalo no Ministério da Educação – mais um dos vários casos de corrupção no governo Jair Bolsonaro – só cresce, o que tornou insustentável a permanência de Milton Ribeiro no comando da pasta. O ministro acabou forçado a entregar sua carta de demissão a Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (28).

O caso veio à tona no último dia 18, quando o Estado de S. Paulo denunciou a existência de um gabinete paralelo com poder de apontar quais Prefeituras receberiam recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). No comando desse gabinete, estariam dois pastores: Gilmar Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, e Arilton Moura, seu assessor na entidade.

Três dias depois, em 21 de março, a Folha de S. Paulo divulgou áudio no qual Milton Ribeiro afirmava que priorizava as indicações feitas pelo pastor Gilmar porque esse era “um pedido especial que o presidente da República fez”. Ouça abaixo novamente:

Após a saída de Ribeiro ser confirmada, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) lembrou que o governo Bolsonaro, que vem destruindo o MEC, vai para seu quinto ministro. “Em meio à destruição do MEC, vamos para o quinto ministro em menos de quatro anos. Propina em ouro e distribuição de Bíblia com foto do ministro. Volta do analfabetismo de crianças e jovens e nenhuma política pública anunciada. E a justiça querendo calar o grito contra tudo isso”, escreveu no Twitter (leia outras reações de parlamentares do PT abaixo).

Fotos do ministro em Bíblias

O mais recente episódio dessa novela grotesca foi revelado na manhã desta segunda-feira pelo Estado de S. Paulo. Segundo o jornal, em julho de 2021, durante evento organizado pelo MEC em Salinópolis (PA), houve a distribuição de Bíblias que continham as fotos de Milton Ribeiro e dos pastores Gilmar e Arilton.

Os três estavam estavam presentes no evento, que contou ainda com a participação de Marcelo Ponte, presidente do FNDE. Ainda de acordo com o Estadão, o prefeito de Salinópolis, Kaká Sena (PL), apontado como o patrocinador das Bíblias, discursou na ocasião e agradeceu pelo “momento ímpar”, em que foi possível “aproveitar e sugar ao máximo o MEC, o FNDE”.

Pedidos de propina

Mesmo depois do áudio em que confessava o crime e envolvia Bolsonaro diretamente, Milton Ribeiro negou ter dito o que disse. E Jair Bolsonaro disse que “colocaria a cara no fogo” por Ribeiro. 

Desde então, diversos prefeitos passaram a denunciar que os pastores amigos do ministro faziam pedidos de propina para liberar as verbas do FNDE. Um prefeito disse que o pastor Gilmar cobrou 1kg de ouro. Outro, vejam só, afirmou que a propina seria a compra de Bíblias para serem distribuídas na cidade que ele governa.

Após as denúncias, vários pedidos de investigação e afastamento de Milton Ribeiro foram feitos, inclusive por parlamentares do PT. Tanto a Polícia Federal quanto o Supremo Tribunal Federal abriram inquérito para investigar o caso. E Ribeiro é esperado para se explicar perante a Comissão de Educação do Senado na próxima quinta-feira (31).

 CPI 

O deputado Rogério Correia (PT-MG), ao divulgar a notícia da queda do ministro da Educação, indagou se vai ficar por isso mesmo? “A CPI precisa sair! Protocolei pedido na Câmara na última semana e já temos 73 assinaturas. Não deixaremos essas irregularidades caírem na impunidade”, afirmou.

 

E a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT) afirmou que “o mar de lama da corrupção” que invadiu o ministério da Educação a mando de Bolsonaro está derrubando mais um ministro. “É o quinto ministro em menos de quatro anos. Já passou da hora de todo esse governo cair e responder por seus crimes”, defendeu.

Parlamentares do PT se manifestam sobre saída de Ribeiro:

 

Os deputados petistas Afonso Florence (BA), Airton Faleiro (PA), Alexandre Padilha (SP), Alencar Santana Braga (SP), Carlos Zarattini (SP), Helder Salomão (ES), Henrique Fontana (RS), José Guimarães (CE), José Airton Cirilo (CE), Maria do Rosário  (RS), Marcon (RS), Odair Cunha (MG), Paulo Pimenta (RS), Paulo Teixeira (SP), Rubens Otoni (GO),  e Zeca Dirceu (PR) também usaram suas redes sociais para comentar a queda do ministro da Educação.

Do PT Nacional

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