Luiz Sérgio cobra coerência da oposição em relação a arbitrariedades de Governo Macri

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O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) usou a tribuna da Câmara nesta quarta-feira (24) para cobrar coerência da oposição que pretende visitar o novo presidente da Argentina, Maurício Macri. Em tom de provocação, Luiz Sérgio disse que se juntaria à comitiva se a agenda incluir visita ao jornalista e escritor Victor Morales, demitido por motivação política, no dia 11 de janeiro, poucos meses após Macri assumir a Presidência da República.

O jornalista “voz crítica do atual governo”, lembra Luiz Sérgio, era líder de audiência da Rádio Continental da Argentina, onde trabalhava há mais de 30 anos.

“Nesta Casa, nós vimos, muitas vezes, parlamentares da oposição dizer — e trouxeram aqui ativista de Cuba, da Venezuela — que não se podiam calar as oposições. Então, eu quero ver — não estou cobrando — a mesma postura dessas pessoas em relação à posição arbitrária de buscar calar a voz daquele que critica o governo na Argentina”, disse Luiz Sérgio.

O deputado petista sugeriu também uma visita à dirigente e fundadora da organização social Tupac Amaru e deputada do Parlasul, Milagro Sala, que está presa desde o dia 16 de janeiro, na província de Jujuy, por fazer oposição ao governador Gerardo Morales, aliado do presidente Mauricio Macri.

“Então, eu me proponho a ir junto nesta visita à Argentina e ao novo Governo, desde que nós possamos visitar o jornalista que está sendo calado e a deputada Milagro Sala, que está presa porque queria fazer algumas manifestações”, disse Luiz Sérgio. Ele ressaltou que “pau que dá em Chico tem que dar em Francisco”, se referindo ao fato de uma comitiva de parlamentares da oposição brasileira ter ido à Venezuela, em junho do ano passado, para pressionar o então presidente Nicolás Maduro a libertar presos políticos, entre eles, Leopoldo López, líder da direita venezuelana.

Revanchismo autoritário – O deputado Luiz Sérgio aproveitou ainda para criticar a oposição brasileira, que vibrou e comemorou a vitória de Maurício Macri, citando medidas impopulares que o novo presidente da Argentina adotou ao assumir o governo. “Uma das suas primeiras providências ao entrar na Casa Rosada foi mandar retirar o retrato do presidente Néstor Kirchner, algo próprio de um revanchista autoritário que não sabe respeitar a história, porque na galeria estão os quadros dos ex-presidentes da Argentina.

O parlamentar petista destacou também o foto de Macri ter nomeado, por decreto, dois juízes para a Suprema Corte. “Imaginem na Venezuela ou na Bolívia um juiz da Suprema Corte sendo nomeado por decreto, sem que o Senado pudesse debater e avalizar essa posição?”, ironizou.

Luiz Sérgio comparou ainda o jeito de governar da ex-presidente argentina Cristina Kirchner com o do Maurício Macri. “Com críticas ou elogios de uns e de outros, Cristina Kirchner aprovou a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, conhecida como Ley de Medios, que foi debatida e aprovada no Congresso argentino, já Macri, por decreto, modifica e altera profundamente a essa lei. É um ato autoritário, porque o correto seria ele enviar um projeto de lei para que o Congresso pudesse avaliar, debater e alterar ou não essa lei”, afirmou.

Vânia Rodrigues 

Foto: Salu Parente

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