Gleisi cobra explicações de chanceler sobre reunião em que Bolsonaro pediu a Biden para interferir nas eleições no Brasil

Cemaden foi implantado no governo Dilma Rousseff, lembra Gleisi. Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), protocolou na Câmara requerimento para que o ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, preste informações sobre a reunião entre o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Los Angeles, no dia 9 de junho de 2022.

O pedido da presidenta do PT tem por base matéria da agência de notícias Bloomberg, publicada no último dia 11, a qual informa que Bolsonaro teria pedido a Biden que interviesse no processo eleitoral brasileiro, ajudando –o em sua reeleição. Esse pedido teria sido apresentado em reunião bilateral ocorrida à margem da Cúpula das Américas.

Ainda segundo a Bloomberg, o ex-capitão, ao se referir ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — que lidera todas as pesquisas eleitorais – seria “um perigo para os interesses dos EUA, segundo pessoas familiarizadas com o assunto”.

Para Gleisi, “trata-se, obviamente, de informação alarmante, que confirma a intenção do presidente Bolsonaro de não aceitar uma eventual derrota no próximo pleito eleitoral e de recorrer a toda sorte de expedientes ilícitos para evitar a provável vitória do ex-presidente Lula”.

Impeachment

“Ressaltamos que pedido a um chefe de Estado estrangeiro para que intervenha em processo eleitoral interno representa grave agressão à democracia e à soberania nacional”, destacou Gleisi. Ela frisou que, em caso de confirmação, a situação configura “crime de responsabilidade contra a existência política da União”.

Diante disso, a presidenta do PT solicitou os nomes de todos os participantes da reunião presidencial bilateral; sua duração; relato pormenorizado e contextualizado dos temas tratados; eventuais decisões tomadas e compromissos assumidos, em razão do encontro bilateral.

Ela argumentou que a informação divulgada pela Bloomberg “necessita ser apurada com rigor, de forma a não restar dúvidas sobre as atitudes e as ações do presidente Jair Bolsonaro e do seu governo”.

A resposta do chanceler, conforme salientou Gleisi no requerimento de informação, é obrigatória, “sob as penas previstas na Constituição Federal, e não pode ser recusada, com a escusa de eventual caráter reservado ou sigiloso das informações requeridas.”

Leia a íntegra do requerimento:

RIC 433_2022 (1)

 

Redação PT na Câmara

 

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