Gás de cozinha continua subindo acima da inflação

Foto: Site do PT

Jair Bolsonaro encerrará o mandato descumprindo um caminhão de promessas feitas em 2018. É o caso do preço do botijão do gás de cozinha, que ele e o ministro-banqueiro Paulo Guedes juraram que seria reduzido a R$ 35. Após a gestão bolsonarista da Petrobras extinguir a política de subsídio cruzado que manteve o preço quase inalterado durante os governos do PT, agora o gás sobe até quando a empresa baixa o valor.

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Entre o último dia 12, quando a gestão bolsonarista da Petrobras anunciou redução de 4,7% no preço do botijão de 13 kg vendido às distribuidoras, e esta segunda-feira (19), o produto subiu pela terceira semana consecutiva. Os consumidores passaram a pagar R$ 113,25 na média nacional, contra R$ 111,91 no período anterior. Alta de 1,2%, conforme pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

Reportagem da Folha de São Paulo afirma que esse comportamento do preço contradisse previsão dos gestores bolsonaristas da Petrobras, que estimavam redução média de R$ 2,60, contribuindo assim para a campanha à reeleição de quem os nomeou. Esqueceram de combinar com o “dedo invisível do mercado”: os revendedores alegam que precisaram iniciar em setembro os repasses do reajuste salarial dos trabalhadores.

Logo após o anúncio do corte nas refinarias, a Associação Brasileira das Entidades de Classe das Revendas de Gás LP (Abragás) divulgou nota dizendo que “possivelmente os consumidores não perceberão redução nos preços, devido ao aumento repassado pelas distribuidoras referente ao dissídio e outros custos operacionais”. O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liqüefeito de Petróleo (Sindigás) lembrou que os preços “são livres em todos os elos da cadeia e suscetíveis às variações do mercado”.

Ao jornal, a Abragás afirmou que empresas e sindicatos ainda negociam o percentual de reajuste, mas o repasse salarial já foi feito. Como a data-base da categoria é o dia 1º de setembro, patrões evitam assim pagar os valores de forma retroativa.

Bolsonaro, que desde o início do ano vem forçando a redução dos preços dos combustíveis administrados pela Petrobras, terá que arcar novamente com o desgaste por mais um aumento do gás, causado pela dolarização das tarifas. Graças à política de preço de paridade de importação (PPI), adotada sob Michel Temer e mantida por Bolsonaro, o produto vem subindo mais que o dobro da inflação.

Deyvid Bacelar: “Gestão da Petrobras virou instrumento de campanha”

“Pressionada pelo calendário eleitoral, a gestão da Petrobras virou instrumento de campanha política às vésperas das eleições, passando a reduzir o intervalo de rebaixamento dos preços. A queda do gás segue essa estratégia”, explicou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, na Rede Brasil Atual. “O governo corre atrás do prejuízo, após três anos e oito meses de altas recordes nos preços dos derivados, reajustados com base na equivocada política de PPI.”

Ao mesmo tempo, o desgoverno Bolsonaro exclui mais de dez milhões de famílias inscritas no CadÚnico do Auxílio Gás, benefício criado por projeto da bancada petista na Câmara que foi transformado em lei no fim do ano passado. “É mais uma política social de baixa qualidade que esse governo propõe, que não atende realmente quem está precisando”, critica o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), autor do projeto.

Em oito anos de Governo Lula, o preço do botijão de gás variou 29%. Em janeiro de 2003, custava R$ 29,53, e ao final de 2010 estava em R$ 38,15. Em três anos e meio de desgoverno Bolsonaro, o gás saiu dos R$ 69,41, em janeiro de 2019, para R$ 111,75 em julho deste ano. Inacreditáveis 61% de aumento. E continua subindo.

 

Do PT Nacional

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