Frei Anastácio diz que Câmara transformou água em mercadoria para aprovar projeto do saneamento

O deputado Frei Anastácio (PT-PB) disse na tribuna da Câmara, na segunda-feira (16), que o projeto de lei do saneamento (PL 3261/19), aprovado na semana passada, foi planejado no governo Temer, como medida provisória, e concretizado no atual governo para atender ao interesse de alguns políticos e de empresas bilionárias.

“Esta página da privatização do Saneamento Básico foi virada por interesses bilionários. Desde o início, as cartas já estavam marcadas com o timbre da injustiça. E, claro, que tudo isso foi arquitetado para prejudicar o pobre e afortunar ainda mais os ricos. A Câmara transformou água em mercadoria e abriu caminho para a privatização do saneamento básico”, criticou Frei Anastácio.

Segundo o deputado, essa atrocidade traz seu resquício de maldade do governo Temer. “A privatização do saneamento surgiu por meio de uma medida provisória, que foi pauta prioritária do governo Temer, porém, ela havia ‘caducado’. Assim, com pressão de deputados e senadores donos de empresas relacionadas ao setor do saneamento e de grandes empresas, muitas delas mundialmente reconhecidas, a proposta foi reapresentada pelo senador tucano Tasso Jereissati (CE) como projeto de Lei. É importante frisar que o senador Tasso foi nomeado para ser o relator da antiga medida provisória”, lembrou.

Senador com investimentos na água

O petista observou que a família de Tasso tem investimentos em diversas áreas, com um interesse direto no preço que se paga pela água. O projeto apresentado veio para câmara em regime de urgência. “Mas, porque este projeto foi votado com urgência? Quem são as grandes empresas interessadas? ”, indagou.

Frei Anastácio relatou que no dia 6 de junho de 2019, o portal “The Intercept Brasil” desvendou este mistério. “Portanto, quero expor alguns trechos da matéria publicada pelo jornal, na época, como forma de mostrar ao Brasil quem são os maiores interessados na privatização do saneamento básico e no mercado da água. Segundo o jornal Intercept, a ponta de lança desta privatização gira em torno do secretário de Desenvolvimento de Infraestrutura, Diogo Mac”, esclareceu.

O deputado explicou que Diogo foi consultor de investimentos da ordem de R$ 40 bilhões em vários setores de infraestrutura (por meio de concessões públicas), como energia elétrica, saneamento básico e mobilidade urbana. O jornal ainda apresenta pesquisa publicada pelo “Instituto Trata Brasil”. Instituto este que é abertamente financiado por corporações de saneamento, além de Coca-Cola e Ambev.

“E não para por aí. Há um interesse grande do mercado empresarial e bancário pelo setor de saneamento no Brasil. Em uma audiência pública no Congresso, em abril, um representante do Banco Mundial disse que só o setor privado dará conta dos problemas. E, para isso, será preciso elevar as tarifas para conseguir financiar novos investimentos. Em suma, esse PL do saneamento vai penalizar toda população, sobretudo, os mais pobres e deixar ricos mais ricos ainda”, concluiu.

Assessoria de Comunicação

 

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