Fórum Social Mundial espaço de ação política e defesa da democracia     

A 13ª edição do Fórum Social Mundial (FSM), realizada em Salvador (BA), chegou ao fim no último sábado (17). Foram cinco dias de protestos, marchas, assembleias, manifestações e debates que serviram para revigorar e aglutinar forças para a resistência à atual conjuntura pós-golpe, com o País imerso em uma crise social e com sérias ameaças à democracia e às conquistas de direitos. As discussões ocorridas em 1.500 atividades que reuniu cerca de 60 mil pessoas na capital baiana, apontaram também para o desafio de o fórum não ser mais apenas um espaço de reflexão e denúncias, mas para ser um espaço também de ação política.

Um dos pontos altos do Fórum Social Mundial deste ano foi a Assembleia Mundial em Defesa das Democracias, que contou com a presença do ex-presidente Lula e de representantes de vários países da América Latina, África, Caribe e Europa. “Caráter e honra a gente não compra, a gente nasce com elas, e eu resolvi defender a minha honra”, disse Lula, ao discursar para povos indígenas, coletivos femininos, personalidades políticas, artistas, lideranças sindicais e militantes que lotaram o estádio de Pituaçu, na quinta-feira (15).

O ex-presidente reafirmou que não adianta persegui-lo e impedi-lo a ser candidato porque as ideias dele estão e fazem parte do povo. “Querem me prender para calar minha voz, eu falarei pela voz de vocês, querem me prender para eu ficar preso numa cela e não poder andar, eu andarei pela perna de vocês, querem me prender numa cela para não emitir pensamento, querem me prender para que eu não continue na luta, mas vocês continuarão”.

Lula ainda narrou os avanços que o governo dele e de Dilma conquistaram como a regulamentação do petróleo, a criação do Mercosul e do Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em um momento histórico em que outros países da América Latina, como Venezuela, Honduras, Uruguai, Chile, Uruguai, cuja gestão era pela esquerda, também promoveram conquistas para o povo.

Marielle Franco – O ex-presidente Lula lembrou ainda que o partido conseguiu eleger a primeira mulher presidenta, Dilma Rousseff. E falou sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada na noite de quarta-feira (14), no Rio de Janeiro, e enfatizou que aqueles que a mataram espalharam pelo Brasil as ideias da militante pelos direitos humanos: “hoje, no Brasil inteiro, têm Marielles espalhadas pelas ruas de cidades grandes e pequenas”.

O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, recebeu destaque na programação do Fórum. Uma marcha foi realizada na quinta (15), se somando à mobilização que tomou as ruas de diversas capitais e cidades do País contra mais um caso de feminicídio.

Comitê – Também durante o Fórum Social foi lançado o Comitê Internacional em Solidariedade a Lula, à democracia e em defesa da sua candidatura nas eleições de outubro. O evento contou com a presença de representantes da França, Itália, Venezuela, Cuba, Argentina, Chile, Bolívia, Uruguai, Congo e Nigéria.

Presente à cerimônia, a presidenta eleita Dilma Rousseff defendeu o direito de Lula ser candidato e fez críticas a parte do judiciário. “Todos são iguais perante a lei. Aqui no Brasil, não. E isto está cada vez mais claro com a politização aberta de segmentos do judiciário” lamentou.

Vânia Rodrigues

Foto: Ricardo Stuckert

 

 

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