Para o arquiteto Jaime Lerner, qualquer cidade pode melhorar a qualidade de vida se houver vontade política e estratégia. “Há soluções que podem acontecer agora e soluções que vão levar 30 anos. Uma não prejudica a outra, mas é preciso começar. É melhor ter um sistema de transporte de superfície já do que ficar esperando 30 anos por uma linha de metrô. Também é preciso parar de fazer obras para automóvel”, disse Lerner.
O professor Rômulo Orrico Filho, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ, criticou as políticas voltadas para o transporte público no Brasil.
“As cidades ficaram mais descentralizadas, mas não necessariamente as pessoas moram perto do trabalho. O que ocorre é que os planejamentos de transporte continuam seguindo os paradigmas dos anos 70 e 80”, disse.
O professor da UFRJ sugeriu ainda o envolvimento de toda a sociedade no que chamou de “pacto pela mobilidade”.
Para o deputado Fernando Ferro (PT-PB), as mudanças que acontecem com o desenvolvimento e ampliação dos transportes privados têm provocado sérios impasses para a mobilidade dos grandes centros urbanos.
“Temos que começar a pensar no fortalecimento do transporte público, numa matriz energética limpa, na acessibilidade das pessoas em circular nos centros urbanos, além de dar acessibilidade às pessoas portadoras de deficiência física. O debate é sobre direitos humanos, sobre qualidade de vida”, disse.
Benildes Rodrigues, com Equipe Informes