Erika sugere mudar Regimento da Câmara para preservar Mesa Diretora

erika gustavo lima

A deputada Erika Kokay (PT-DF) defendeu, em plenário, alteração no Regimento Interno da Câmara para incluir dispositivo que permita o afastamento imediato de qualquer integrante da Mesa Diretora que esteja na condição de réu, com denúncias acatadas pelo Poder Judiciário. “Não podemos continuar com um regimento que não prevê o afastamento e nos faz conviver com essa atual situação do presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), uma situação que constrange a República e constrange a própria democracia”, argumentou.

Erika enfatizou que o presidente do Poder Legislativo está na condição de réu, com denúncias fundamentadas o suficiente para serem acatadas pelo Supremo Tribunal Federal. “As denúncias foram aceitas por unanimidade, sem nenhum voto contrário ou tipo de divergência pela Suprema Corte”, acrescentou.

Erika observou que o mais grave é que o “presidente-réu” age como se nada estivesse acontecendo, “com traços de psicopatia muito graves”, criticou. A deputada disse que esses traços de psicopatia foram bem lembrados pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, no STF na quarta-feira (2), no julgamento do caso de Eduardo Cunha, em que ele se tornou réu na Operação Lava-Jato. Janot citou Hermes, em julgamento narrado na mitologia grega, em que trazia para o exercício da política duas condições fundamentais: o respeito com o que não lhe pertence, com o patrimônio do alheio, e, também, a vergonha, que possibilita que se tenha autocrítica e que se possa mudar comportamentos.

Erika aproveitou para, da tribuna, enumerar atitudes “desproporcional” e que ela considera abuso de poder do presidente Cunha, em benefício próprio. “Ele utilizou-se do cargo várias vezes para inviabilizar o Conselho de Ética na análise de abertura de processo contra ele, Cunha censurou, em determinado momento, a fala dos parlamentares que não se dedicavam a falar contra o governo federal”, criticou.

Censura – Ainda sobre censura, a deputada Erika disse que o presidente Cunha mesmo afirmando que não pode censurar fala dos parlamentares, estruturou na Casa uma relação na comunicação que “censura sim”, os parlamentares. “E digo isso porque participei de um programa em que me perguntaram o que eu esperava para 2016 nesta Casa. E eu dizia: Espero que a Casa não olhe para o chão e não fale de lado! E que possa olhar no olho da sociedade rompendo o constrangimento de ser presidida por alguém que tem denúncias tão graves pesando contra o exercício da sua vida pública!”.

A parlamentar do PT-DF contou ainda que o diretor do programa, funcionário de carreira, há 18 anos lotado na TV Câmara, foi abruptamente transferido, sem que se soubesse qual foi o motivo da sua transferência. Além disso, o entrevistador do programa, também funcionário de carreira, com larga experiência no exercício de entrevistar, foi afastado do programa. “Não é a primeira vez que isso acontece nesta Casa. A censura está estabelecida dentro do Poder Legislativo, por alguém que tem uma síndrome de imperador e que acha que todas as denúncias que pairam contra ele — e agora na condição de réu — não são suficientes para que ele tenha a humildade para se afastar desta cadeira, para afastar-se da Presidência”, reforçou.

A deputada Erika Kokay concluiu anunciando que a sua assessoria parlamentar já está concluindo o projeto de resolução para alteração no Regimento da Casa.

Vânia Rodrigues

Foto: Gustavo Lima

 

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