Em nome da Bancada do PT, Fontana cobra afastamento imediato de Cunha da presidência da Câmara

henrique fontana cunha saluPoucos minutos após a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votar pelo acatamento da denúncia do Ministério Público Federal que torna Eduardo Cunha (PMDB-RJ) réu em ação criminal, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) foi à tribuna e pediu o afastamento imediato do atual presidente da Câmara. O parlamentar gaúcho qualificou a situação da Casa como “insustentável” e “até inacreditável”.

Para Fontana, “independentemente das posições” de cada deputado e de cada partido, é necessária uma “profunda reflexão” porque “todos os limites toleráveis e inimagináveis” foram ultrapassados. “Nós estamos nesta tribuna para, em nome da bancada do PT, em nome do líder Afonso Florence, pedir o imediato afastamento do deputado Eduardo Cunha da Presidência da Casa por diversos motivos”, anunciou Fontana.

O petista lembrou que o relator do caso de Cunha no STF, ministro Teori Zavascki, fez um “voto consistente” e foi acompanhado por outros seis membros do Supremo. “O deputado Eduardo Cunha não é só denunciado. Ele é réu, com foro privilegiado, na mais alta instância do Judiciário brasileiro, e ele não tem nenhuma condição de continuar presidindo a todos nós”, enfatizou.

Novela – Para Henrique Fontana, “todas as peças do quebra-cabeça vão se fechando perfeitamente a indicar que estamos sendo hoje presididos por um dos políticos mais corruptos da história do Brasil”.

A defesa de Cunha, na avaliação do petista, se assemelha mais a uma obra de ficção. “Depois de meses de investigação, do conjunto de evidências enorme, a versão que ele montou, talvez, serviria mais como um enredo de novela do que uma explicação plausível para os milhões de dólares que ele tem em contas no exterior e que indicam a fortíssima probabilidade de lavagem de dinheiro, e dinheiro recebido de propina”, comentou.

“Nós temos hoje presidindo o Parlamento brasileiro alguém que tem como principal característica a amoralidade. Ele responde a acusações gravíssimas de corrupção. É verdade que ele não está julgado definitivamente, mas o volume de indícios e provas de imoralidades e corrupção se acumulam a cada dia”, acrescentou o deputado gaúcho.

Segundo o petista, Cunha também “tomou muitas decisões no seu próprio interesse” e contra o interesse do Parlamento brasileiro. “Estamos há semanas sem o funcionamento das comissões permanentes, porque o deputado Eduardo Cunha manobra e impede o funcionamento do Parlamento, para proteger a sua própria defesa”, citou Fontana.

A abertura do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, “numa sessão absolutamente ilegal”, é outro exemplo de decisão de Cunha para se defender, avalia Fontana. “Ele assinou a tramitação de um pedido de impeachment de forma absolutamente retaliatória. E montou uma sessão ilegal, montou uma sessão com votação secreta, autorizou chapas, como ele queria, candidatura avulsa, e aí, foi apoiado pela oposição, que, no afã do golpe, se aliou a Eduardo Cunha para colocar em marcha um impeachment sem nenhuma credibilidade”, argumentou.

O parlamentar gaúcho citou ainda as manobras protelatórias de Cunha para impedir, “de maneira vergonhosa”, a análise do seu processo no Conselho de Ética da Câmara.

As características pessoais que Cunha expõe contra seus adversários também foram ressaltadas por Fontana. “Ele é covarde, ele não sabe ouvir o discurso. Ele é arrogante, ele levanta da mesa, ele vira o rosto, porque é covarde, e porque sabe que as suas mentiras estão chegando ao fim”, criticou.

“Pelo bem do Brasil, deputado Eduardo Cunha, levante desta cadeira, se reúna com os seus advogados e faça a sua defesa, mas deixe o Parlamento trabalhar”, cobrou o petista.

Fontana encerrou seu pronunciamento pedindo que o STF analise o mais rápido possível o pedido de afastamento de Cunha formulado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “O papel de Eduardo Cunha hoje na presidência da Casa é simplesmente usar a presidência em seu próprio benefício para encaminhar manobras a favor da sua própria defesa. Eu faço aqui um apelo aos Ministros do Supremo para que analisem o mais rápido possível o pedido de afastamento do deputado Eduardo Cunha”, concluiu o parlamentar.

Rogério Tomaz Jr.
Foto: Salu Parente/PT na Câmara

 

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