Descaso com vacinação ameaça volta de doenças erradicadas no País; petistas criticam negacionismo de Bolsonaro

Vacinação contra a Poliomielite - Foto: Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro passou a pandemia toda praguejando as vacinas para o combate e a proteção contra o vírus causador da Covid-19. A irresponsabilidade é tanta que a campanha antivacina promovida pelo governo afetou os índices de vacinação para outras doenças, até mesmo, aquelas já consideradas erradicadas.

Esse é o caso da poliomielite. Doença que teve o último caso registrado no Brasil em 1989. Mas o pânico alardeado contra os imunizantes fez com que a adesão da população às campanhas de vacinação ficasse em níveis baixos. Em 2021, que ainda pode ter dados lançados no sistema, o percentual ficou abaixo de 70% pela primeira vez, com 69,9%.

De 2016 para cá, ano que coincide com a deposição da ex-presidenta Dilma Rousseff, a cobertura caiu para menos de 90%, chegando 84,19% no ano de 2019. Em 2020, esse imunizante chegou a apenas 76,15% dos bebês.

Tragédia

Várias parlamentares da Bancada do PT na Câmara usaram suas redes sociais para protestar, lamentar e denunciar a gravidade da situação. O ex-ministro da Saúde e deputado Alexandre Padilha (PT-SP) informou que a secretaria de saúde do Pará notificou um caso suspeito de paralisia infantil, erradicada em 94. “Desde o 1° ano do governo Bolsonaro a taxa de vacinação tem caído. É a 1° vez no século que não atingimos a meta vacinal em crianças. Essa é mais uma tragédia do negacionismo de Bolsonaro”, criticou.

Ao comentar o assunto, a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), destacou que há diferenças cruciais entre o Auxílio Brasil e o Bolsa Família, que exigia frequência escolar e medidas na área da saúde, como vacinação das crianças. “Com tristeza estamos vendo a suspeita de volta do vírus da paralisia infantil. Bolsonaro é contra vacinas”, denunciou.

Na avaliação do médico e deputado Jorge Solla (PT-BA) é um desastre anunciado o retorno da Poliomielite (Paralisia Infantil) no Brasil, após 33 anos. Ele relembrou que na Comissão de Seguridade Social e Família foi realizada audiência pública na qual ele alertou para esse risco iminente da volta da Poliomielite no Brasil. “Bolsonaro preferiu gastar com emendas secretas para reeleger deputados, em vez de priorizar a vida das crianças”, protestou.

O deputado destacou ainda que o País era referência mundial de política da vacinação. “Agora, entregues ao negacionismo, vimos a cobertura vacinal cair de 95% para 50%. Nossas crianças não merecem essa lástima”, completou.

 

O deputado Bohn Gass (PT-RS) também relembrou que há 33 anos o Brasil não registrava um caso de poliomielite. “Aí, o fascismo bolsonarista trouxe com ele os antivacinas. Resultado: um caso suspeito de paralisia infantil no Pará. O negacionismo deste governo precisa parar de matar o povo brasileiro”, afirmou.

Na mesma linha, o deputado Airton Faleiro (PT-PA) lamentou que após 33 anos, infelizmente, foi confirmado o primeiro caso de infecção pelo vírus da poliomielite em uma criança de 3 anos no Pará. “Essa é mais uma consequência do desmonte do SUS e da campanha antivacina promovida pelo governo Bolsonaro. Chega de tanto retrocesso!”, protestou.

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ao falar da suspeita do vírus da poliomielite (paralisia infantil) em uma criança de 3 anos em território nacional, avaliou também que esse “é o preço do desmonte do SUS e de um presidente antivacina!”

Já a deputada Maria do Rosário (PT-RS) afirmou que o “genocida responsável pela morte de milhares por Covid, vai dar gargalhadas por mais uma conquista sua: Com a campanha antivacina trouxe de volta o vírus da paralisia infantil, erradicado em 1994”.

 

O deputado Helder Salomão (PT-ES) considerou grave a suspeita do caso de poliomielite em uma criança de 3 anos no Pará. “O Brasil era exemplo em vacinação. Até isso Bolsonaro conseguiu destruir”, lamentou.

E o deputado José Guimarães (PT-CE) também citou que o Brasil já foi destaque internacional em imunização. “Hoje, é reconhecido pelo negacionismo de um presidente que não sabe nem fazer campanha de imunização que preste!”, completou.

Suspeita de casos de paralisia infantil no Pará

No dia de ontem (6) surgiu a informação de que a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) notificou ao Ministério da Saúde a investigação de uma suspeita de paralisia infantil em um menino de três anos de idade, do município de Santo Antônio do Tauá, no nordeste do estado. Se confirmada, será a primeira contaminação pela pólio no Brasil em mais de 30 anos.

“O País afunda numa crise de saúde pública. Além dos ataques de Bolsonaro às vacinas durante a pandemia, caiu drasticamente o índice de imunização infantil contra a Pólio. Bolsonaro é a verdadeira praga deste país. Sua negação à ciência leva o país ao caos”, criticou o senador Paulo Rocha (PA), líder do PT.

Meningite meningocócica

Além da possível volta da poliomielite, a cidade de São Paulo enfrenta um surto de meningite meningocócica. Em todo o ano foram registrados dez mortes causadas pela doença na cidade. Apenas 71% do público-alvo foi vacinado.

 

Vânia Rodrigues, com PT no Senado

 

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