Depoente nega envolvimento nos contratos do BNDES e coloca CPI em xeque

CPI03012015

O ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco negou, nesta quinta-feira (3), qualquer participação nas negociações entre o BNDES e a empresa Sete Brasil Participação. “Nunca trabalhei na área financeira e nunca tive relação com o BNDES sobre questões financeiras”, afirmou o ex-diretor da Sete Brasil, durante depoimento na CPI do BNDES.

“Não era a minha área nem meu assunto. Nunca participei”, reafirmou Barusco aos membros da comissão criada para investigar supostas irregularidades nas operações e contratos do banco. 

O deputado Givaldo Veira (PT-ES), membro do colegiado, esclareceu que o BNDES não fez nenhum empréstimo à empresa Sete Brasil e que essa decisão do banco ocorreu muito antes de a Polícia Federal deflagrar a Operação Lava-Jato. Para ele, o depoimento de Pedro Barusco reforça a tese de palanque político da oposição.

“A CPI tem protagonizado espetáculos deploráveis, porque não tem conseguido chegar a nenhuma informação que relacione o banco a supostas irregularidades nas suas operações, transformando a comissão em mero palanque para enfrentamento politico que a oposição faz ao governo”, criticou Givaldo.

Para ele, até o momento, à luz dos fatos, a comissão “não trouxe nada de concreto, de razoável que justifique seu funcionamento”.

“O depoente, na sessão de hoje, nada teve a esclarecer sobre o BNDES. O que assistimos aqui foi uma edição da Lava-Jato. Trouxeram a Lava-Jato para dentro da CPI do BNDES. Assim, o objetivo desta comissão foi mais uma vez descumprido”, reclamou o deputado.

Para ele, diferentemente do que esperou a oposição, os depoimentos coletados mostraram a capacidade técnica, a baixa inadimplência e o baixo risco das operações do banco. Para ele, a CPI prestou um serviço à população brasileira ao revelar que o BNDES é um banco eficiente. “É muito bom ver o banco funcionando dentro das regras e ajudando a desenvolver o País. O BNDES passa por uma CPI, que chega ao fim sem nenhum elemento concreto que o desabone”, constatou Givaldo Vieira. 

Era FHC – Durante o depoimento, o ex-diretor da Petrobras – pego num esquema de propina desvendado pela Operação Lava-Jato da Policia Federal – disse desconhecer como foi estruturado o esquema de corrução na estatal, mas confirmou que o esquema é anterior ao período em que assumiu uma das diretorias da empresa, em 2003.

“Quando entrei em 2003 já existia. Não sei como nasceu. Sei que ele (o esquema) aumentou. Quando cheguei já existia o esquema de propina na Petrobras”, reiterou o ex-diretor, que em acordo de delação premiada da Operação Lava-Jato afirmou que devolveria aos cofres públicos cerca de US$ 97 milhões que foram desviados desde 1997, primeiro mandato do então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Benildes Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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