Na avaliação de deputados petistas, as novas informações divulgadas pelo jornal Folha de São Paulo, na sexta-feira (29), complicam ainda mais a situação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira com o poder público e empresas privadas.
Segundo o jornal, que cita transcrições de interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal, o governador “esperava receber um pagamento da empreiteira Delta poucos dias antes de acertar a venda de sua casa, que, no final, acabou sendo comprada pelo empresário Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro pela Polícia Federal”.
Para o relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), as revelações atestam o rumo certo das investigações até o momento. “Estas informações aumentam os indícios do envolvimento de agentes do governo de Goiás com a organização criminosa e, ao mesmo tempo, reforçam a avaliação que temos quanto à correta linha de investigação que a CPMI tem seguido”, afirmou Cunha.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), vice-presidente da CPMI, endossa a avaliação do relator e considera que o órgão está avançando bem nas investigações. “Estas revelações agravaram a situação do governador Perillo. O cruzamento dos fatos com as datas está comprovando a relação econômica entre ele e a organização criminosa. Isso, inclusive, já é fruto do trabalho da CPMI, já que o trabalho da Polícia Federal ainda não havia chegado a essas evidências, mas na CPMI estamos avançando nessas investigações e desvendando os tentáculos da organização criminosa”, disse Teixeira.
O deputado Dr. Rosinha (PT-PR), suplente na comissão, concorda com os colegas petistas e critica os tucanos. “O rumo que o PSDB quer dar à CPMI é o da ‘não investigação’, pois cada vez que vem à tona qualquer fato novo mostrando que os braços da quadrilha envolvem cada vez mais o Perillo, eles tentam desviar o foco. Então, está certo o rumo dado à CPMI pelo relator”, disse Rosinha.
Agenda – Na próxima semana a CPMI fará novas oitivas de pessoas suspeitas de integrar ou colaborar com o grupo de Carlinhos Cachoeira. Entre os convocados está Edivaldo Cardoso, ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Goiás, tido como indicação do contraventor para o governo de Marconi Perillo e acusado de várias irregularidades no órgão em benefício do esquema criminoso. O depoimento de Cardoso está marcado para terça-feira (3).
Na quinta-feira (5) a CPMI fará uma reunião administrativa para apreciar requerimentos.
Rogério Tomaz Jr.