CPMI: Empresário Paulo Marinho admite que Queiroz esteve no ‘bunker’ da campanha de Bolsonaro

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a disseminação de notícias falsas – também conhecida por fake news – utilizada na campanha presidencial de 2018 ouviu nesta terça-feira (10), o empresário Paulo Marinho. O empresário foi um dos principais apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, e é o primeiro suplente do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente.

Durante o depoimento, questionado pela deputada Natália Bonavides (PT-RN), sobre as idas e vindas do policial militar aposentado Fabrício Queiroz à residência de Paulo Marinho, o depoente admitiu: “Ele (Queiroz) esteve na minha residência durante duas ou três vezes acompanhando o senador Flávio Bolsonaro. Ele (Queiroz), na ocasião, servia ao senador Flávio Bolsonaro como motorista e eventualmente segurança. Não sei ao certo que trabalho ele fazia”, desconversou o empresário.

Queiroz foi assessor de Flávio Bolsonaro na época em que o filho do presidente da República exercia o mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio. Queiroz foi apontado em relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) como um dos assessores de Flávio que mantinha movimentações financeiras atípicas.

Também recentemente, Paulo Marinho revelou à GloboNews, que de sua casa eram retransmitidas informações falsas produzidas por voluntários em favor do então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro.

Foi essa revelação que levou a deputada Natália Bonavides a requerer o comparecimento do empresário à CPMI para esclarecer sobre a produção de notícias falsas contra os adversários durante o período eleitoral. Segundo ela, o comparecimento de Paulo Marinho é importante porque “foi uma figura influente na campanha de Bolsonaro”.

QG da Campanha

Em seu depoimento à comissão, o empresário Paulo Marinho, conhecido como o dono da propriedade em que foi instalado o “QG de campanha” de Jair Bolsonaro à Presidência da República, reafirmou que cedeu espaço em sua residência para a campanha de Bolsonaro em 2018. “Eu fui anfitrião desse momento cedendo dois cômodos para serviço de base de comunicação da campanha do capitão Bolsonaro”, confessou.

 “Freud”

O empresário, ao comentar as ações do vereador Carlos Bolsonaro, considerado um dos integrantes das milícias digitais de Jair Bolsonaro, evocou a figura de Sigmund Freud para explicar tal comportamento. “Acho que precisaria trazer o “Freud de Viena” para fazer um trabalho intensivo com o vereador Carlos Bolsonaro para entender a psique dele. Acho que ele é uma pessoa perturbada”, avaliou Marinho.

Abin paralela

O deputado Rui Falcão (PT-SP) lembrou que na semana passada, a ex-líder do governo Bolsonaro, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), acusou Carlos Bolsonaro de tentar montar uma Abin paralela, com a finalidade de grampear e produzir dossiês contra uma série de inimigos políticos do governo.

Rui Falcão informou na audiência da semana passada que apresentaria um requerimento de informação ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Augusto Heleno, para que informe sobre a “grave denúncia” feita pela deputada Joice Hasselmann.

A deputada Luizianne Lins (PT-CE) também participou da oitiva do empresário conhecido como o dono da propriedade em que foi instalado o “QG de campanha” de Jair Bolsonaro à Presidência da República.

A deputada Natália Bonavides justificou o requerimento para o comparecimento do empresário à CPMI porque Paulo Marinho é importante porque “foi uma figura influente na campanha de Bolsonaro”.

Natália Bonavides argumentou que a assessora do Palácio do Planalto Rebecca Félix da Silva Ribeiro Alves “informou em depoimento ao TSE que trabalhou durante a campanha na propriedade do empresário”.

“Considerando que há fortes indícios de que a produção e difusão de “fake news” nas eleições utilizaram de ferramentas digitais variadas, e foram difundidas essencialmente via mídias digitais, requer a convocação do empresário, que revelou que, em sua casa cedida para a campanha de Jair Bolsonaro, eram distribuídas informações falsas”, observou a deputada.

Atualizada às 17h45

Benildes Rodrigues

Foto: Lula Marques

Acompanhe 

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também