O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), substitui o deputado Sibá Machado (PT-AC) na vaga de suplente que compete ao PT na CPI Mista do Cachoeira. O próprio parlamentar acreano solicitou o afastamento. A estreia de Berzoini ocorreu já na reunião desta quinta-feira (14), quando a CPMI formalizou o pedido de quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz e de Goiás, Marconi Perillo, além de outras pessoas ligadas ao contraventor.
“Entro na condição de suplente para contribuir com o trabalho dos membros efetivos do PT na CPI, caso do relator deputado Odair Cunha (MG), do vice-presidente deputado Paulo Teixeira (SP) e do titular Cândido Vaccarezza (SP)”, explicou Berzoini. Segundo o parlamentar, o trabalho desenvolvido pelos deputados petistas tem contribuído para colocar a CPMI “no caminho certo” da apuração das relações do grupo criminoso do contraventor Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados.
Em relação ao trabalho já realizado pelo colegiado, o deputado Ricardo Berzoini lamentou que nem todos os depoimentos prestados até agora tenham contribuído para a elucidação dos fatos. Nesse caso, ele citou os casos dos depoentes que, munidos de habeas corpus, permanecerem calados durante as audiências.
Para Berzoini, os depoimentos dos governadores foram importantes para esclarecer os fatos e aplacar a ansiedade em torno da presença deles na CPMI. Mas, segundo ele, para avançar nas investigações, o melhor para a CPMI seria investir na análise das informações em poder do colegiado.
“Creio que a partir de agora, até pela experiência que tenho de CPI’s, o melhor seria buscar novas informações cruzando os dados dos inquéritos da policia federal e dos sigilos que ainda serão quebrados”, afirmou. Berzoini participou das CPIs do BANESPA e da Dívida Pública, como titular, e foi suplente na dos Medicamentos e do PROER.
O parlamentar defendeu ainda que novos depoimentos só ocorram para complementar as investigações, e se forem estritamente necessários, evitando assim que a comissão seja pautada pela “busca dos holofotes da mídia” e nem “contaminada por interesses menores da política”. Dessa forma, acredita Berzoini, “a comissão vai conseguir esclarecer ao país o envolvimento de agentes públicos e privados com a organização criminosa do contraventor Carlinhos Cachoeira”, concluiu.
Héber Carvalho
