Os parlamentares do PT no Conselho de Ética da Câmara comemoraram a admissibilidade do processo que instaura investigação contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra do decoro parlamentar. Todos foram favoráveis à continuidade do processo aprovado por 11 votos a 10, na madrugada desta quarta-feira (2). Na votação o colegiado acatou o relatório do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), com o voto de desempate exercido pelo presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA).
A partir de agora o presidente da Câmara passa a ser investigado pela acusação de ter mentido em depoimento prestado à CPI da Petrobras, quando negou a existência de contas bancárias vinculadas a ele no exterior. Se for considerado culpado, a ‘pena’ máxima pela quebra do decoro parlamentar pode levar o presidente da Câmara à perda do mandato.
Para o deputado Valmir Prascidelli (PT-SP), o resultado é uma vitória do parlamento e da sociedade brasileira.
“Conseguimos concluir esse processo para investigar o presidente da Câmara, que tentou – junto com seu grupo – enrolar ao máximo a sessão e inviabilizar a votação. Agora ele (Eduardo Cunha) terá toda condição de tentar provar a sua inocência, e o Conselho de Ética irá analisar se ele tem ou não culpa em relação aos crimes pelos quais está sendo acusado. Essa votação é uma vitória do parlamento e do povo brasileiro”, ressaltou.
O deputado Leo de Brito (PT-AC) também comemorou o resultado e criticou as manobras realizadas pelos defensores do presidente da Câmara para atrapalhar a votação.
“Essa é um decisão importante, porque conseguimos quebrar a protelação e a obstrução realizada pelos que defendem o deputado Eduardo Cunha. Hoje conseguimos avançar muito. É uma grande vitória do povo brasileiro”, destacou.
Os deputados petistas Zé Geraldo (PA) e Assis Carvalho (PI) também ressaltaram a importância da decisão do Conselho de Ética na madrugada desta quarta-feira.
“Já estava passando da hora de votar (o processo de investigação contra Cunha). Mesmo após o presidente ter usado de todas as armas de que dispunha, e ter ‘esticado a corda’, conseguimos votar essa admissibilidade, e agora vamos partir para a próxima etapa”, disse Zé Geraldo.
“O Conselho de Ética cumpriu o seu papel, porque a abertura desse processo era uma necessidade e, agora, se abrem os prazos para que o denunciado apresente a sua defesa.”, explicou Assis.
Tramitação – A próxima fase do processo de investigação é o de instrução, no qual são analisadas as possíveis provas. A partir de agora o presidente Eduardo Cunha tem dez dias para apresentar a defesa dele no Conselho.
Héber Carvalho