Consciência Negra: Petistas defendem continuidade da luta contra o avanço do racismo

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A luta histórica do povo negro, que tem em Zumbi dos Palmares seu maior ícone, marcou a sessão solene, nesta terça-feira (29), na Câmara dos Deputados, em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra. Ao se pronunciar, a deputada Erika Kokay (PT-DF), uma das signatárias da inciativa, disse que essa data, “por si só foi uma construção com os fios da resistência, com os fios da brasilidade que é construída da nossa própria negritude”.

“Construir o Dia da Consciência Negra e falar da imortalidade de Zumbi dos Palmares, é eleger Zumbi dos Palmares como herói da liberdade – porque o ser humano e a nossa humanidade – se faz com a liberdade, se não há liberdade, não vivenciamos a nossa humanidade”, comparou a deputada.

Ela disse ainda que todas as vezes que se faz o enfrentamento diário do racismo que marca a pele e a alma do país, está se revivendo a luta de Zumbi.  “O racismo, de tão naturalizado e, por tanto tempo, não foi percebido, inclusive o racismo institucional.  Esse racismo doloso que assassina tanto jovens negros, que provoca o extermínio de uma grande parcela da juventude no nosso país. Todas as vezes que nós detectamos essas paredes, esses tetos de vidro e esses grilhões invisibilizados, nos lembramos de Zumbi dos Palmares”, discursou emocionada Erika Kokay.

Também em discurso emocionado, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), militante histórica da luta do movimento negro, se pronunciou em nome da bancada do PT e disse que “celebrar mais um Dia da Consciência Negra traz orgulho para os herdeiros e herdeiras de Zumbi e encoraja a seguir em frente na luta por uma sociedade justa”.

Ela conclamou a população a refletir sobre as ameaças que pairam sobre os avanços conquistados nas últimas décadas pelo povo negro. Ela citou as políticas de cotas nas universidades e serviços públicos como pontos principais das políticas públicas adotadas  nos últimos tempo. “Esse ano, no dia da Consciência Negra, marchamos novamente, dessa vez para que não tenhamos nenhum direito a menos”, disse a deputada, se referindo às marchas que aconteceram pelo país a fora, principalmente a que ocorreu em São Paulo no dia 20 de novembro.

“O projeto em curso no Brasil, conduzido por um governo golpista, impõe sacrifícios aos brasileiros, principalmente aos que estão no andar de baixo da pirâmide social. Estamos preocupadas com a crescente onda conservadora, racista, misógina, fascista que ameaça direitos conquistados”, alertou. “Não vamos permitir que roubem nosso futuro. Cerraremos os punhos contra o avanço do racismo e do ataque aos direitos históricos da classe trabalhadora”, avisou Benedita da Silva.

Na mesma linha, o deputado Vicentinho (PT-SP) também alertou para os retrocessos que rondam as conquistas dos trabalhadores, principalmente o trabalhador negro.

“Paira uma ameaça no Supremo Tribunal Federal de se tirar o direito à Terra à vida e à dignidade do povo quilombola, quando se quer suspender o Decreto Presidencial assinado pelo presidente Lula que reconhece a titulação das terras quilombolas. Isso é muito sério porque o povo quilombola não quer somente a segurar o direito a uma casa, mas a casa e a terra para que nela possa sobreviver e construir a sua própria vida”, alertou Vicentinho, que aproveitou o momento para saudar a todos os movimentos sociais que, neste mês, realizaram as suas manifestações.

Benildes Rodrigues

Foto: Gustavo Bezerra
Mais fotos: www.flickr.com/photos/ptnacamara

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