Os deputados petistas Rogério Correia (MG), Célio Moura (TO) e Airton Faleiro (PA) destacaram na tribuna da Câmara nesta terça-feira (27) a decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), que concluiu que o ex-juiz Sergio Moro foi parcial em seus julgamentos dos processos contra o ex-presidente Lula nos processos da Operação Lava Jato. “ONU reconhece que Moro foi parcial e dá vitória para Lula com 6 anos de atraso, também entendeu que os direitos políticos do ex-presidente foram violados na eleição de 2018″, afirmou Rogério Correia.
O parlamentar mineiro citou os quatro pontos que a ONU reconheceu que o ex-presidente Lula foi prejudicado pelo juiz Sergio Moro, “que depois virou ministro do governo Bolsonaro e que até agora, recentemente, dizia-se candidato a presidente da República. Portanto, um juiz parcial nas palavras. Se fosse no futebol, ele seria um juiz ladrão. É assim que o Moro foi condenado hoje, não apenas agora pelo Supremo Tribunal Federal, mas também pela ONU”, reiterou.
Pontos reconhecidos pela ONU
O primeiro ponto reconhecido pela ONU foi a detenção de Lula pela Polícia Federal, em 2016, em uma sala do aeroporto de Congonhas, que foi considerada como arbitrária. Segundo, houve parcialidade no processo do julgamento. Terceiro, a difusão de mensagens, de caráter privada, de familiares de Lula foi criminosa. E, por último, impossibilitaram a candidatura de Lula em 2018, favorito a ganhar as eleições. “O Comitê da ONU, portanto, concluiu que houve violação dos direitos do ex-presidente Lula em todos esses artigos. E por duas vezes, no STF, a Corte considerou Moro parcial e anulou as condenações”, relembrou Rogério Correia.
Na avaliação do deputado do PT de Minas, os documentos que foram obtidos agora mostram que o governo Bolsonaro insistiu na tese de que Moro agia dentro das regras de um Estado Democrático de Direito e que o processo tinha caminhado por todas as instâncias. “Ou seja, o governo Bolsonaro tomou as dores do juiz parcial e ladrão, que é o Sergio Moro, para tentar prejudicar o presidente Lula na ONU. Mas os advogados do ex-presidente disseram — e ganharam — que Moro decidiu fazer parte do governo Bolsonaro, que tinha sido eleito, e que o ex-juiz foi beneficiado diretamente pela condenação de prisão do presidente Lula. A farsa acabou! Fora Moro e Bolsonaro!”, desabafou.
Mais uma vitória
Ao comentar a decisão, o deputado Airton Faleiro (PT-PA) afirmou que essa é mais uma vitória do ex-presidente Lula e mais uma derrota do Sergio Moro. “Não vou chamá-lo de juiz, porque ele já não é mais juiz. E, quando juiz, cometeu crimes, então, não merece nem o nosso respeito de ser chamado de juiz”, desdenhou.
Faleiro explicou que, atendendo à ação dos advogados do ex-presidente Lula, o Comitê da ONU reconhece a parcialidade do ministro Sergio Moro, na época juiz da Operação Lava Jato. “Repito: o Comitê da ONU reconhece a parcialidade de Moro no julgamento do ex-presidente Lula; e reconhece também que ele violou os direitos políticos de Lula para concorrer às eleições de 2018. Eu me pergunto, mas vão ficar só nisso aí, porque aqui no Brasil o Supremo Tribunal Federal também já deliberou e inocentou Lula de todos os processos. Processos montados para alterar o resultado da democracia no nosso País e das eleições. Mas esse povo não vai pagar por isso? Sergio Moro não vai pagar pelo que ele fez?”, indagou.
“Ficam aqui os nossos parabéns a mais esta vitória de Lula e fica aqui a nossa solicitação para que não paremos por aí. Não basta só dizer que Lula foi injustiçado; este povo tem de ser responsabilizado”, defendeu.
ONU reconhece parcialidade
O deputado Célio Moura afirmou que hoje a alegria toma conta do Brasil inteiro, “porque não apenas o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inocência do presidente Lula, mas também o Comitê de Direitos Humanos da ONU, que comprovou a parcialidade do juiz Sergio Moro, que ganhou como prêmio para eleger esse presidente o cargo de ministro da Justiça. Seus julgamentos foram anulados, e a ONU reconhece isso”, frisou.
Célio Moura reforçou que o Comitê de Direitos Humanos da ONU declarou que Sérgio Mouro, “o juiz parcial, que tirou o direito político de Lula ser candidato a presidente, em 2018, que condenou Lula, nos processos fraudulentos da Lava Jato, errou”. E conclui afirmando: “Moro foi parcial e desonesto. E nós esperamos que o Brasil seja feliz de novo. Lula está chegando aí! Lula, inocente, Lula, presidente do Brasil!”
Vânia Rodrigues