Coalizão Negra por Direitos realiza ato simbólico após protocolar o 56º pedido de impeachment de Bolsonaro

Sob os gritos de “Fora, Bolsonaro”, a Coalizão Negra por Direitos realizou um ato simbólico no gramado da Esplanada dos Ministérios, nesta quarta-feira (12), com cartazes e cruzes pretas e brancas representando as milhares de vidas perdidas. Durante a manhã o movimento protocolou o 56º pedido de impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro, na Câmara dos Deputados.

No documento, o movimento acusa Bolsonaro de genocídio e crime contra a humanidade, principalmente no contexto do combate à pandemia do novo coronavírus que já matou mais de 100 mil brasileiros. É a primeira vez na história, que o movimento negro organizado pede a cassação de um presidente brasileiro. O pedido de impeachment é assinado por 600 entidades e diversas personalidades.

Para o deputado Valmir Assunção (PT-BA) o pedido da Coalizão Negra por Direitos soma-se aos outros 56 pedidos, mas não é só mais um. “Não é mais um pedido: são mais de 600 organizações do movimento negro que, pela primeira vez juntas, exigem a deposição de um presidente brasileiro. Bolsonaro é um genocida. Ao não combater o novo coronavírus, é a população negra que é condenada à morte, com dificuldade de acesso à saúde e formas de prevenção e isolamento social. O impeachment é uma questão de sobrevivência do povo negro no Brasil. Fora, Bolsonaro, já!”.

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) declara seu apoio ao pedido feito pela Coalizão. “A primeira vítima do desgoverno Bolsonaro é a população negra em todo o País. Por isso eu registro o meu total apoio à Coalizão Negra, que está representada por 150 organizações e coletivos do movimento negro no pedido de impeachment contra o governo antipovo de Bolsonaro”. A Parlamentar também questiona o que mais falta acontecer para que Bolsonaro seja afastado. “Esse é o pedido de impeachment de número 56. O que mais falta acontecer para que se instale um processo de afastamento do pior presidente que esse País já teve em toda a sua história?”.

O deputado Vicentinho (PT-SP) parabeniza a iniciativa e denuncia que Bolsonaro não respeita a Constituição. “É um gesto cidadão, em defesa da dignidade humana, em defesa do Estado Democrático brasileiro, em defesa da vida, em defesa dos direitos do nosso povo negro, das mulheres, da nossa juventude. Em defesa da comunidade indígena, do povo quilombola. São ataques proferidos cotidianamente por esse presidente que nada tem a ver com Messias. Ele comete também, principalmente, o crime quando desrespeita a existência da Constituição brasileira. Parabéns meus irmãos de fé, raça e classe”.

O deputado Paulão (PT-AL) ressaltou a importância de mais um pedido de impeachment contra Bolsonaro e assegurou que as mortes pelo coronavírus é o maior genocídio da história do Brasil. “O Brasil infelizmente alcançou mais de 100 mil mortes. É o maior genocídio da história do Brasil. É maior do que o número de combatentes na guerra do Paraguai, é maior que a bomba de Hiroshima que foi o símbolo negativo da falta de humanidade do mundo na Segunda Guerra. Bolsonaro não consegue reconhecer a ciência, não consegue respeitar a vida, por isso a importância desse processo de impedimento”.

Douglas Belchior, do movimento negro UNEafro que compõe a Coalizão, afirmou que o vírus mata principalmente os negros e os mais pobres. “A doença que é letal a todos, no Brasil mata principalmente os negros e as negras, porque é uma doença que mata os pobres, aqueles que não têm acesso à saúde pública, que não tem casa e não tem acesso à educação por parte do Estado. Por isso, hoje é um dia simbólico da luta negra brasileira. Nós falamos em nosso próprio nome, fora, Bolsonaro”.

Rodrigo Maia

O deputado Paulão explica que já existem muitos elementos para instalar o processo de afastamento do atual Presidente da República e espera que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tenha coragem de pautar os 56 pedidos.

“Espero que o presidente Rodrigo Maia tenha compromisso com o Brasil. Que ele tenha coragem cívica para pautar, porque os crimes cometidos pelo Bolsonaro do ponto de vista da saúde pública, além de atentarem contra os poderes, principalmente, a forma como ele fez em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF) – declarações recentes da imprensa de que ele estava muito chateado e poderia fazer inclusive um processo de invasão no Supremo – é gravíssimo, atenta contra o Estado Democrático de Direito”.

O ativista Douglas Belchior também exigiu que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maria, aceite os pedidos e cumpra o seu papel. “Aceita, Maia, cumpra seu papel, Rodrigo Maia. Respeite os 56 pedidos de impeachment que estão protocolados na Câmara”, afirmou.

Veja o vídeo do ato:

 

Lorena Vale

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