Brasil deve escolher entre maior ou menor participação do Estado no Sistema Nacional do Esporte

ESporte LuizMacedo
 
Entre os principais sistemas esportivos existentes no mundo, o Brasil tem a opção de adotar como exemplo um modelo com maior ou menor participação do Estado na aplicação de recursos e no planejamento das ações no setor, ou mais aberto ou fechado à participação da iniciativa privada no setor esportivo. Essas foram às características básicas dos sistemas apresentados nesta terça-feira (23), na Câmara, pelos debatedores que participaram do seminário sobre construção do Sistema Nacional do Esporte. 
 
Foram apresentados durante o debate os modelos esportivos da Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Inglaterra e Rússia. O documento final da III Conferência Nacional do Esporte, realizada em 2010, sugere a apresentação de um projeto de lei para criação do novo Sistema Nacional do Esporte. 
 
Conheça algumas particularidades dos modelos esportivos apresentados:
 
Alemanha- O professor da Universidade Federal do Espirito Santo (UFES), Valter Bracht, explicou que na Alemanha o esporte é dividido entre alto rendimento e o esporte mais amplo. O governo alemão prioriza o investimento no esporte de alto rendimento, mas é tradição a existência das associações esportivas espalhadas por todo o país. 
 
“Existem mais de 91 mil unidades, inclusive nas pequenas comunidades”, explicou. Segundo Bracht, “mais de 50% da população alemã pratica atividade física regularmente”.  
 
Canadá- O professor Gonzalo Bravo, da West Virgínia University (EUA), afirmou que o Canadá também aumentou, nos últimos anos, o investimento no esporte de alto rendimento. Ele informou que em 2003 foram aplicados US$ 73,1 milhões, enquanto em 2013 o montante chegou a US$ 197,7 milhões. 
 
“Talvez por isso o número de medalhas olímpicas cresceu, enquanto o número de atletas caiu’, destacou Bravo. Ainda assim ele disse que “muitas escolas do Canadá adotam carga horária diferenciada para incentivar os alunos atletas”. 
 
Estados Unidos- O mesmo especialista adiantou que o modelo estadunidense é distinto do restante do mundo, e que não se adaptaria ao
 
Brasil. “É um modelo excludente, que beneficia apenas os melhores atletas, e baseado apenas no resultado e no espetáculo”, afirmou Gonzalo Bravo. 
 
Ele disse ainda que apesar dos enormes investimentos privados em esportes com grande potencial de lucro (basquete, beisebol, futebol americano), a realidade dos esportes olímpicos é outra. “Metade da equipe do nado sincronizado que foi às Olimpíadas de Londres-2012, garantiu a ida vendendo cartelas de bingo, tortas e recebendo doações”, revelou.   
 
Inglaterra- Em relação à Inglaterra, o professor Gonzalo Bravo destacou que a participação do governo no financiamento do esporte tem sido fundamental para a obtenção de grande resultados. “O 3º lugar obtido no quadro geral de medalhas nas olimpíadas de Londres em 2012, por exemplo, é resultado do aumento do financiamento ao esporte de alto rendimento”, disse o especialista. 
 
Rússia- Ao destacar que desde a época da União Soviética é dever do Estado fomentar, criar e manter estrutura física para a prática do esporte, o professor da Universidade do Paraná (UFPR), Antônio Carlos Gomes, disse que na atual Rússia o esporte ainda é prioridade para o governo. O professor paranaense viveu por 12 anos na Rússia (1985-1997).     
 
“O Estado estimula as pessoas a praticarem atividade física. E começa com a oportunidade da cultura da atividade física nas empresas e espaços comunitários, até a identificação e investimento em possíveis atletas de ponta”, ressaltou. 
 
Os deputados Andrés Sanchez (PT-SP) e Weliton Prado (MG) compareceram ao seminário.
 
Héber Carvalho 
Foto: Luiz Macedo/Agência Câmara

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