Bolsonaro também se encontrou com neta de ministro de Hitler

Reprodução/Site do PT

A deputada Beatrix von Storch, vice-presidente do partido neonazista Alternativa para a Alemanha (AfD), postou, nesta segunda-feira (26), nas redes sociais, uma foto ao lado de Jair Bolsonaro. Na postagem, ela agradece o atual presidente brasileiro “pela amistosa recepção”. “Nós, conservadores, devemos nos unir mais e defender nossos valores conservadores em nível internacional”, defende no post Beatrix, que é neta do ministro das Finanças de Hitler, Lutz Graf Schwerin von Krosigk

A imagem, na qual aparece também o marido de Beatrix, Sven von Storch, comprova que não foram só os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF) que receberam a representante do AfD. O atual presidente da República também se encontrou com a vice-presidente da legenda, conhecida por defender ideias neonazistas, racistas e xenófobas.

O AfD é visto na Alemanha como uma ameaça à paz e à democracia. Em março passado, tornou-se o primeiro partido, desde o fim da Segunda Guerra, a ter suas atividades monitoradas pelo serviço de inteligência alemã por suspeitas de atentar contra a ConstituiçãoSeus líderes adotam um discurso de ódio que motiva ataques a estrangeiros e vivem dando declarações simpáticas ao nazismo. Alguns anos atrás, um de seus membros, Alexander Gauland, chocou os alemães ao defender a atuação nazista na Segunda Guerra, dizendo que o país deveria se orgulhar de seu exército de então.

Na semana passada, após ver que Bia Kicis, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, havia postado uma foto ao lado de Beatrix, o Museu do Holocausto no Brasil lamentou o encontro e deu uma longa explicação sobre por que o AfD é um partido a ser combatido. 

“A Alternative für Deutschland (Alternativa para a Alemanha) é um partido político alemão de extrema-direita, fundado em 2013, com tendências racistas, sexistas, islamofóbicas, antissemitas, xenófobas e forte discurso anti-imigração”, alertou a instituição. “É evidente a preocupação e a inquietude que esta aproximação entre tal figura parlamentar brasileira e Beatrix von Storch representam para os esforços de construção de uma memória coletiva do Holocausto no Brasil e para nossa própria democracia”, completou.

Esta não é a primeira vez que bolsonaristas demonstram simpatia pelo nazismo ou por movimentos racistas e de ódio. Em janeiro de 2020, o então secretário de Cultura do governo Bolsonaro, Rodrigo Alvim, publicou vídeo no qual copiava trechos de um discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda na Alemanha nazista. Em junho passado, o assessor da Presidência para assuntos internacionais Filipe Martins se tornou réu na Justiça Federal por ter feito um gesto racista durante audiência no Senado.

Redação da Agência PT

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