Bohn Gass defende uma Embrapa forte e denuncia: “governo Bolsonaro está destruindo a estatal”

Embrapa não pode abandonar a agricultura familiar, como quer Bolsonaro. Foto: Arquivo/Embrapa

O deputado Bohn Gass (PT-RS) denunciou em plenário, nesta quinta-feira (17), o desmonte da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). “A atual gestão e o Bolsonaro estão destruindo a Embrapa, que é uma empresa pública reconhecida mundialmente por seu trabalho de excelência. Muitas melhorias de produtividade, boa utilização do solo, redução do impacto ambiental se devem a pesquisas feitas por essa empresa. Mas para Bolsonaro isso não importa, só importa que ela é pública, e empresas públicas não podem existir”, criticou.

Bohn Gass: “A atual gestão e o Bolsonaro destroem a Embrapa, empresa de excelência”. Foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados

Bohn Gass enfatizou que a lógica do governo Bolsonaro é a seguinte: se é um bom negócio, deve ser entregue para que o empresário possa faturar. “Bolsonaro e sua turma não governam para todos, mas para o lucro de alguns. E é exatamente isso que estão fazendo, enfraquecendo a Embrapa para torná-la mercadoria barata no mercado”, reforçou.

O deputado listou os desmontes patrocinados pelo governo e pelos gestores da Embrapa. “Primeiro, demitiram centenas de funcionários, pesquisadores, gente do mais alto nível técnico e não colocaram ninguém no lugar. Agora cortaram o Orçamento de R$ 500 milhões para R$ 240 milhões. Na prática, estão destruindo áreas de pesquisa, inviabilizando outras”. E, segundo Bohn Gass, para esconder a destruição, eles fazem a propaganda mentirosa de que a Embrapa estaria mais ágil e mais eficiente. “É a mesma mentira das reformas promovidas por Bolsonaro, mas o resultado a gente sabe: menos emprego e trabalhadores com salário baixo”.

Agronegócio exportador

Bohn Gass acrescentou que há outro problema. “Com Bolsonaro, a Embrapa foi dominada politicamente pelo agronegócio exportador, onde predomina o monocultivo”. Ele explicou que isso significa que parte da empresa que trabalha para os grandes do campo não foram afetados significativamente pelos cortes orçamentários. “Sim, o que foi cortado mesmo foram as pesquisas que atendem a agricultura familiar e a agroecologia”, denunciou.

O deputado afirmou que a Sociedade Brasileira de Agroecologia faz um alerta muito forte de que, com essa política, a estatal “estará contribuindo de forma indecorosa para o aumento da pobreza e da fome no campo, nas cidades e na florestas; que haverá redução irreversível da nossa sociobiodiversidade; que a contaminação pelo uso de agrotóxicos vai crescer; que biomas, hábitats e territórios serão extintos, e que teremos a destruição da agricultura familiar; e a deterioração da saúde humana e do ambiente”.

Água, terra e ar limpos

Segundo o parlamentar, é disso que se trata, “de o Brasil conseguir alimentar o seu povo com uma agricultura moderna e sustentável e ter água, terra e ar limpos”. “E, nisso, colegas, a Embrapa tem papel fundamental. Ela não pode ser destruída, reduzida, terceirizada, privatizada, ou entregue para quem põe o lucro acima da vida”, observou.

Foto: Arquivo/Embrapa

Bohn Gass conclui com apelo ao Congresso Nacional: “vamos nos posicionar contra a perseguição que está sendo feita pela atual gestão da Embrapa sob comando do Bolsonaro. O que nós queremos é uma Embrapa que espelhe sua história qualificada, sua ajuda pela soberania do País e pela qualidade alimentar e nutricional”.

Vânia Rodrigues

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