Ato na Câmara condena política de privatização da Petrobras e empresas públicas

Contra as privatizações, petroleiros e trabalhadores de empresas públicas lotaram auditório na Câmara. Foto: Gabriel Paiva

Deputado Patrus Ananias. Foto: Gabriel Paiva

Funcionários da Petrobras e de outras empresas públicas, militantes de movimentos sociais e parlamentares de partidos de Oposição, principalmente do Partido dos Trabalhadores, lotaram nesta terça-feira (12) o auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados para protestar contra a política de entrega do patrimônio público aos interesses internacionais praticados pelo governo Bolsonaro. O Ato Público em Defesa da Petrobras e das Empresas Públicas (entre elas os Correios, a Eletrobras, a Caixa e o Banco do Brasil) foi organizado pelas Frentes Parlamentares Mistas em Defesa da Soberania Nacional, da Petrobras e do Serviço Público, e presidido pelo deputado Patrus Ananias (PT-MG).

Após um minuto de silêncio em homenagem ao guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda – assassinado a tiros no último sábado (9) enquanto comemorava seu aniversário, vítima da intolerância política de um bolsonarista – o ato teve início com vários pronunciamentos que acusaram o atual governo de cometer um crime continuado de lesa-pátria e atentando contra a soberania nacional. Segundo o deputado Patrus Ananias, também secretário-geral da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, “estamos aqui reunidos, parlamentares comprometidos com essa luta, junto com trabalhadores da Petrobras e outras empresas estatais, para lutar conta a entrega das nossas empresas públicas ao grande capital. Quando nós criamos essa Frente aqui no Congresso Nacional foi no intuito de defender com vigor as riquezas do nosso País e o nosso patrimônio público, para colocá-las a serviço do nosso povo. Para nós, um País soberano é aquele que cuida de sua gente, sem distinção ou discriminação, e para isso precisamos de recursos para este fim por meios dos serviços prestados pelas nossas empresas públicas”, destacou Patrus.

Ao também condenar a política de entrega do patrimônio público e a tentativa de privatização da Petrobras, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) – presidente da Frente Parlamentar em Defesa da companhia – ressaltou que “o País está diante de um governo que, por ideologia, é contrário a existência de empresas públicas e da Petrobras como companhia que possa garantir a soberania energética do País”.

Após ‘gritos de guerra’ em defesa da Petrobras, estatal que representava a maioria dos presentes no evento, o coordenador da Frente Única dos Petroleiros (FUP), David Bacelar, explicou que o desmonte da empresa – feita aos poucos com a venda de refinarias, gasodutos e empresas de distribuição de combustíveis – tem gerado lucro apenas para petrolíferas internacionais e prejuízos para o bolso dos brasileiros. Segundo o dirigente sindical, o momento agora é de resistência às tentativas do atual governo de vender a companhia e outras estatais.

Líder da Minoria, deputado Alencar Santana. Foto: Gabriel Paiva

“Nós temos uma séria ameaça no fim desse governo, que eu espero que acabe no dia 31 dezembro deste ano, que é a movimentação do atual presidente da República, com apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de colocar em votação um projeto de lei que permite a privatização da Petrobras. Nós temos um recado a dar ao Arthur Lira: se ele pautar esse projeto, esse País vai assistir a maior greve da categoria da Petrobras”, avisou.

O líder da Minoria na Câmara, deputado Alencar Santana Braga (PT-SP), ressaltou que o Brasil está diante de um governo “antipovo” e “antipátria” e prometeu que os partidos de Oposição na Câmara vão lutar para impedir a entrega do patrimônio público.

“Temos duas missões a partir de agora: ficarmos vigilantes para evitar a votação desse projeto de lei (que permite a privatização da Petrobras) e conscientizarmos a população para derrotar esse desgoverno nas eleições de outubro”, observou.

Participação

O Ato Público contou com a participação de vários dirigentes de entidades e movimentos sociais. Entre eles a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect), do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), da União Nacional dos Estudantes (UNE), do Movimento Negro Unificado (MNU).

Também discursaram no evento os parlamentares petistas Maria do Rosário (RS), José Ricardo (AM), Bohn Gass (RS), Carlos Zarattini (SP), Paulão (AL), Enio Verri (PR), Leonardo Monteiro (MG), Paulo Pimenta (RS), Nilto Tatto (SP), João Daniel (SE), Erika Kokay (DF), Rogério Correia (MG), Helder Salomão (ES) e o senador Fabiano Contarato (ES), além de deputados e deputadas do PCdoB, PSOL, PDT e Rede.

Héber Carvalho

 

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