Airton Faleiro apoia operação contra garimpo ilegal em terras indígenas e pede proteção ao povo Munduruku

O deputado Airton Faleiro (PT-PA) usou a tribuna virtual da Câmara nesta quinta-feira (27) para manifestar solidariedade à liderança indígena Maria Leusa Kaba Munduruku e sua mãe, Cacica Isaura, em um episódio de violência que tiveram suas casas invadidas e incendiadas ontem (26), por garimpeiros ilegais, no município de Jacareacanga, sudoeste do Pará. “Eu quero manifestar não só a minha solidariedade, mas também pedir providência. As forças – Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ibama, Funai e da Força Nacional – que estão fazendo a operação de combate à prática clandestina de garimpos nas terras indígenas precisam proteger essas lideranças, precisam proteger as suas aldeias”, defendeu.

Segundo Airton Faleiro, setores que insistem nessa economia errada – garimpo ilegal – partiram para a violência contra lideranças indígenas, queimando suas casas e atacando suas aldeias. “Então, nós pedimos proteção e exigimos que se penalize quem cometeu e quem quiser cometer crime contra as populações indígenas, até porque quem está ilegal não tem moral para reagir contra uma operação que busca combater o que está errado”, afirmou.

O deputado reforçou que apoia a operação de combate ao garimpo ilegal, uma vez que essas atividades ilegais só trazem prejuízo. “Primeiro, trazem prejuízo socioambiental para as populações locais, prejuízo sanitário, inclusive em período de pandemia; e também um prejuízo econômico, porque a atividade ilegal não deixa imposto, não deixa arrecadação”.

Airton Faleiro acrescentou ainda que além dos prejuízos socioambientais, esses setores que insistem na ilegalidade, vão causar um prejuízo econômico para o País, como a perda de contratos de vendas dos produtos brasileiros.

O deputado anunciou ainda vai propor à deputada Joenia Wapichana (Rede-RR) a realização de uma campanha de solidariedade para a reconstrução da casa da Maria Leusa e da sua mãe.

Deputado Airton Faleiro. Foto: Will Shutter/Câmara dos Deputados-Arquivo

Maria Leusa é coordenadora da Associação Wakoborun, associação de mulheres indígenas contrárias à mineração em terras indígenas, e ao longo dos anos tem recebido diversas ameaças de morte, tendo inclusive que se ausentar da região para se proteger por lutar e fazer resistência contra a devastação do território Munduruku. Em março, a sede da associação foi destruída por garimpeiros no município de Jacareacanga.

Operação Mundurukânia

Com o objetivo de combate à prática clandestina de garimpos nas terras indígenas Munduruku e Sai Cinza, no município de Jacareacanga, Pará, a Polícia Federal realizou nessa quarta-feira (26) a Operação Mundurukânia, mas os agentes foram surpreendidos por um grupo de garimpeiros, que iniciou um protesto contra a operação de proteção das terras indígenas. Os manifestantes tentaram invadir a base e depredar patrimônio da União, viaturas e equipamentos policiais.

De acordo com a PF, o cumprimento dessa operação também faz parte de uma série de medidas, determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, em julho do ano passado, para realizar o enfrentamento e monitoramento da Covid-19, a fim de evitar o contágio e a mortalidade entre a população indígena.

Prejuízos

O garimpo ilegal na região provoca graves danos ao meio ambiente devido ao uso de produtos químicos altamente nocivos, causa a poluição de rios e lençóis freáticos, além de gerar uma série de outros problemas sociais na área, como conflitos entre garimpeiros e indígenas.

Os crimes investigados pela Operação Mundurukânia são de associação criminosa, exploração ilegal de matéria-prima pertencente à União, e delito contra o meio ambiente previsto, e outros crimes que venham a ser descobertos ao longo da investigação.

Vânia Rodrigues, com agências

 

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