O jovem operário Raimundo Braga Souza, 22 anos, contou a parlamentares e assessores presentes que foi detido e torturado por policiais que fazem a segurança dentro da usina a partir das 2 horas da manhã do dia 2 de abril até às 6h30 do dia seguinte para confessar participação na greve e no incêndio. Posteriormente, teria ficando 54 dias detido.
Raimundo disse que as condições de prisão foram sub-humanas, degradantes, sem água para beber, sem ter como escovar dentes e tomar banho.
Ele foi levado à CDHM pelo representante da Liga Operária, Gerson Lima e José Pimenta, do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo). Eles estão denunciando o caso a entidades de direitos humanos.
Segundo José Pimenta, 25 pessoas foram presas durante os protestos e greve em Jirau e Santo Antonio, sendo que duas ainda continuam presas e 13 estão desaparecidas. A entidade iniciou o envio de uma petição pública a vários organismos do Estado brasileiro pedindo investigação e punição aos responsáveis pelo desaparecimento dos operários.
O deputado Padre Ton (PT-RO) apoia a convocação de autoridades do Estado e do governo federal e responsáveis pelas obras de Jirau para esclarecer os fatos relatados.
Padre Ton disse que já esteve com o ministro Gilberto Carvalho (secretário-geral da Presidência da República) por duas vezes relatando as humilhações e violação dos direitos trabalhistas e humanos que ocorrem nas duas hidrelétricas de Rondônia. Ele disse que o caso é grave e considera que os governos do Estado e federal não enfrentam e combatem com a agilidade requerida os abusos cometidos no canteiro de obras contra os trabalhadores.
Assessoria Parlamentar