O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a organização criminosa chefiada por Carlinhos Cachoeira, apresentou nesta terça-feira (19) requerimento propondo que o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima seja ouvido pela comissão.
Na semana passada o magistrado pediu afastamento da operação Monte Carlo, que investiga a organização de Cachoeira, alegando ter recebido ameaças de morte e problemas de saúde que o impediriam de prosseguir conduzindo o processo.
Para o deputado Paulo Teixeira, as ameaças constituem “uma afronta à democracia e ao Estado brasileiro” e podem prejudicar as investigações judiciais contra a organização criminosa, bem como atrapalhar os trabalhos da CPMI.
“Um juiz federal ser ameaçado é um fato gravíssimo que não podemos aceitar. Pedirei providências para que ele seja protegido”, afirmou o parlamentar na sua página do Twitter.
“É imprescindível que a CPMI ouça o juiz ameaçado, inclusive porque ele suspeita que já teriam ocorridos assassinatos em decorrência das investigações que a operação Monte Carlo realizou. Precisamos ouvi-lo, mesmo que seja num depoimento secreto, reservado apenas aos parlamentares”, disse Teixeira.
Suspeição – Paulo Teixeira protocolou outro requerimento, também nesta terça-feira (19), solicitando que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apure se existem relações entre o juiz Leão Aparecido Alves, que substituiu Paulo Augusto Moreira Lima, e a organização de Carlinhos Cachoeira.
Notícias da imprensa dão conta de que o juiz Alves possui relações com um dos réus da operação Monte Carlo – José Olímpio Queiroga Neto, acusado de comandar a exploração de jogos ilegais no entorno do Distrito Federal. Além disso, um dos telefones do magistrado apareceu em interceptações telefônicas da operação, fato já confirmado, inclusive, pela corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon.
“No caso de se confirmarem estas relações do referido magistrado com integrantes da organização de Carlinhos Cachoeira, é imprescindível que o CNJ tome as medidas administrativas cabíveis para que as investigações não fiquem comprometidas. Daí que solicitamos a apuração destes fatos por parte deste órgão”, questionou Teixeira no requerimento.
Os requerimentos serão apreciados na próxima reunião administrativa da CPMI, ainda sem data marcada para acontecer. Na próxima semana, diversas pessoas convocadas para depor serão ouvidas pela CPMI.
Rogério Tomaz Jr.
