8M é o momento de reconstrução do País e de dar um basta aos retrocessos impostos por Bolsonaro, afirmam deputadas

Arte: PT na Câmara

Neste 8 de março, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher e o ano que marca as comemorações dos 90 anos do voto feminino no Brasil, as parlamentares da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara relembram as aspirações traduzidas nas lutas feministas e os desafios que estão colocados para combater a nova era imposta por um governo misógino, preconceituoso e genocida, com grave supressão dos direitos das mulheres no Brasil.

“Chega! Basta! Nós mulheres temos sofrido o impacto dessa política, seja na questão do custo de vida, na sustentação das nossas famílias, seja em relação à violência, ao preconceito. Fora, Bolsonaro! Nós não queremos mais que esse indivíduo governe o Brasil”, declarou a presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

Reconstruir o Brasil

Para Gleisi, o Dia Internacional da Mulher é um momento de reconstrução do Brasil. “É um momento de dizermos de forma clara que está nas mãos das mulheres fazer o enfrentamento da política da destruição, do ódio e da violência. Portanto, este 8 de março é um momento que temos que nos voltar para a política, para o debate de como a gente muda as coisas, e a gente muda as coisas através da atuação política”, observou.

A presidenta do PT disse ainda que no Congresso Nacional as mulheres do Partido dos Trabalhadores, Benedita da Silva (RJ), Erika Kokay (DF), Luizianne Lins (CE), Maria do Rosário (RS), Marília Arraes (PE), Natália Bonavides (RN), Professora Rosa Neide (MT) e Rejane Dias (PI) têm atuado muito em relação a essa situação, denunciando as barbaridades praticadas pelo governo Bolsonaro, e proposto ações que realmente melhorem a vida do povo.

“A ação política é fundamental para resgatar o Brasil do desastre que ele se encontra, e isso será um marco importante dessa luta neste ano”, arrematou Glesi Hoffmann.

Resgate do Estado brasileiro

As deputadas da Bancada do PT na Câmara denunciam que esse governo é marcado por uma série de retrocessos causados por uma agenda governamental restritiva, entreguista, antipopular e com perdas devastadoras de direitos. Elas apontam que dados do governo Jair Bolsonaro são os piores possíveis, com impacto direto na situação das mulheres brasileiras.

A deputada Maria do Rosário avaliou que 2022 é o ano da retomada da democracia, da retomada da verdade. “A candidatura do presidente Lula vai carregar as nossas bandeiras, as bandeiras das mulheres, do emprego, da renda, da saúde, da não violência, da educação, da assistência, de mulheres do campo e da cidade”, afirmou.

Para a deputada Erika Kokay, é preciso resgatar o Estado capturado pela lógica medieval, obscurantista. “Inclusive, o Ministério de Defesa dos Direitos Humanos, das Mulheres e da Família, foi capturado pelo antifeminismo. Assim, há uma captura do Estado pela lógica misógina e sexista. Isso faz cada vez maior a importância do PT na sua luta pela equidade de gênero”, destacou.

Combater crimes raciais e feminicídio

A deputada Benedita da Silva acredita que neste 8 de março as mulheres brasileiras vão iluminar o caminho, “que sabemos ser difícil, para derrotarmos o governo racista e machista, resgatarmos nossos direitos e avançarmos ainda mais em nossas conquistas”.

Benedita chamou a atenção para o momento grave pelo qual passa o País, em que os direitos de homens e mulheres são atacados cotidianamente pelo atual governo. Para ela, o aumento avassalador dos crimes raciais, do feminicídio e da violência contra as mulheres “são motivos, mais do que suficientes, para alimentar o desejo de luta das mulheres, em especial das mulheres negras”.

Defensora de proposições que fortalecem ações de combate à violência contra a mulher, a deputada Luizianne Lins revela que suas ações na Câmara dos Deputados “são tentativas de combater os crimes de ódio contra as mulheres”. Segundo ela, o número de feminicídios tem aumentado durante a pandemia do coronavírus e com o desgoverno Bolsonaro.

Barrar agenda de retrocessos

Para a segunda-secretária da Mesa Diretora da Câmara, deputada Marília Arraes, a participação feminina na política, integrando os espaços de debate e decisão, “é fundamental para a criação e fortalecimento de políticas públicas voltadas para todas nós, brasileiras”.

Na mesma linha, a deputada Natália Bonavides acredita que só com muita luta e organização as mulheres podem conseguir barrar a agenda de retrocessos implantada no País. “E a gente tem exemplos práticos disso. A luta das mulheres conseguiu barrar retrocessos no Legislativo, como a PEC 181. Recentemente, a mobilização social permitiu que o Fundeb fosse aprovado, mesmo com as limitações impostas pela pandemia. Então o caminho é fortalecer e ampliar a luta nas ruas para derrotar de vez esse projeto de destruição e de morte que assola o País”, argumentou.

Grande desafio

Natália Bonavides aponta como um dos grandes desafios que está colocado para as mulheres, neste ano, é eleger o próximo presidente do Brasil. “O primeiro grande desafio para as mulheres trabalhadoras neste ano, sem sombra de dúvida, é a eleição do companheiro Lula para a Presidência da República”, enfatizou.

Segundo a parlamentar potiguar, a vitória só virá se for “construída uma grande mobilização nacional, aliada a um projeto político radicalmente comprometido com as pautas mais urgentes para o conjunto da classe trabalhadora”.

Crise social e sanitária

A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, deputada Rejane Dias, afirmou que apesar de ser maioria – mais da metade da população –, as mulheres trabalhadoras são as mais impactadas negativamente com a crise social e sanitária provocada pelo descaso do governo no combate à pandemia do novo coronavírus.

“As mulheres já vinham sendo preteridas antes, mas a crise social ampliou essa distorção. Muitas mulheres foram demitidas, tiveram seus salários reduzidos ou precisaram pedir demissão para cuidar dos filhos”, criticou.

A deputada Professora Rosa Neide disse que em qualquer situação grave no âmbito econômico e social as mais penalizadas são as mulheres. “Elas são mães, são donas de casa, são referências familiares, mas na hora da disputa do emprego acabam sendo as que levam maior prejuízo”, avaliou.

A parlamentar mato-grossense criticou a ausência do Poder Executivo nas questões essenciais do País. Para ela, a situação está ficando cada vez mais dramática e só tem uma forma de fazer esse enfrentamento: “É a tomada de consciência da população, em que mulheres e homens responsáveis pelas vidas humanas possam cada vez mais se pronunciar, cobrar do governo federal”.

Rosa Neide acrescentou que “só juntos, unindo vozes, fazendo denúncias é que poderemos caminhar em direção a um novo dia e a um País melhor, reestruturado para todos e todas”, reforçou.

 

Benildes Rodrigues

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