11 testemunhas de acusação disseram que “jamais” conversaram com Lula sobre qualquer ilegalidade

1Lula moro

O juiz paranaense de primeira instância Sérgio Moro ouviu, na semana passada, as testemunhas de acusação elencadas pelo MPF-PR (Ministério Público Federal no Paraná) em processo movido contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A tese dos procuradores do Paraná é a de que Lula seria o “proprietário oculto” de um imóvel no Guarujá, e o teria recebido de uma empreiteira em troca de favores e fraudes efetuadas em contratos da Petrobras com a construtora.

As testemunhas elencadas por Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, não ajudaram a causa do Ministério Público Federal no Paraná. Das 11 testemunhas ouvidas até agora, todas disseram que jamais conversaram com Lula sobre qualquer atividade fraudulenta em contratos da Petrobras. Também disseram não ter qualquer conhecimento ou prova de que o apartamento do Guarujá guarda alguma relação com Lula ou com as atividades desenvolvidas pela empreiteira na estatal petrolífera.

É isso mesmo. Os procuradores da Operação Lava Jato afirmaram ter “convicção” de que Lula obteve vantagens ilícitas de uma empreiteira por ter facilitado fraudes em contratos da Petrobras. Mas nenhuma das testemunhas convocadas pelos próprios procuradores confirmaram a tese.

Veja, abaixo, o que disseram cada uma das 11 testemunhas a respeito do assunto:

1 – Delcídio do Amaral – ex-senador
O ex-senador Delcídio do Amaral afirmou nunca ter tido qualquer conversa com o ex-presidente a respeito de qualquer procedimento ilícito. Disse também que não tem nenhuma prova de que Lula tenha feito parte de qualquer procedimento fraudulento. Por fim, disse que não teve conversa direta ou tem prova de que o ex-presidente saberia de fraudes que aconteciam na Petrobras.

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2 – Augusto Mendonça Neto – empresário
Assim foi perguntado e assim respondeu a testemunha em audiência realizada na última segunda-feira (21):
Advogado – O senhor sabe se algum consórcio pagou alguma vantagem indevida ao ex-presidente Lula?
Augusto Mendonça Neto – Não sei
Advogado – O senhor sabe ou tem provas se o ex-presidente Lula tem alguma relação com o apartamento 164-A, no Guarujá?
Augusto Mendonça Neto – Não tenho a menor ideia

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3 – Dalton Avancini – executivo
O ex-presidente da Camargo Corrêa tornou-se delator premiado da Lava Jato em junho de 2015, quando assinou um acordo com os procuradores do MPF-PR e confessou a Sérgio Moro que havia pago, no ano de 2006, R$ 8,7 milhões em propina para a campanha de Eduardo Campos (PSB) para o governo de Pernambuco.
Já sobre Lula, em seu depoimento o delator afirmou jamais ter conversado com o ex-presidente sobre qualquer manobra ilícita no âmbito da Petrobras. Também disse não ter nenhuma prova de que Lula tenha recebido algum tipo de benefício financeiro por meio de um apartamento no Guarujá.

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4 – Eduardo Leite – executivo
Ex-diretor vice-presidente da Camargo Corrêa foi condenado a 15 anos de cadeia, mas está em casa cumprindo pena graças ao contrato de delação que assinou com Sérgio Moro.
Na audiência de segunda-feira, assim como seu colega Dalton Avancini, Eduardo Leite afirmou nada ter a dizer em relação a ilícitos ou vantagens recebidas de empreiteiras por parte de Luiz Inácio Lula da Silva.

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5 – Pedro Correa – político
O ex-deputado federal e ex-presidente do PP Pedro Correa admitiu, em depoimento na quarta-feira (23), em Curitiba, que, quando se apresentou ao MPF-PR (Ministério Público Federal no Paraná) para depor contra o ex-presidente Lula, estava agindo dentro do processo de busca de vantagem por meio de uma delação premiada que reduzisse suas penas.
Correa contou ainda que não tem conhecimento de nenhum pedido de vantagem indevida pelo ex-presidente Lula, ou nada relacionado ao apartamento tríplex no Guarujá, cuja “propriedade oculta” o MPF-PR insiste em reputar a Lula.

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6 – Pedro Barusco – executivo
Sobre a acusação específica que faz o MPF-PR (Ministério Público Federal no Paraná) ao ex-presidente, de que Lula teria recebido vantagem indevida por meio de um apartamento do Guarujá, o ex-gerente da Petrobras disse não ter nenhuma informação sobre o caso.

Também disse nunca ter tido nenhuma reunião ou contato com o ex-presidente, tendo o visto apenas em eventos públicos. Em acordo de delação fechado com os procuradores curitibanos, Barusco pagou multa R$ 6,5 milhões e devolveu mais de US$ 90 milhões que recebeu no exterior.

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7 – Paulo Roberto Costa – executivo
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras disse nunca ter tido nenhuma reunião sozinho com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, muito menos qualquer conversa a respeito de atividades fraudulentas.
“Nunca tive intimidade com o presidente Lula. Nunca tive uma reunião sozinho com o presidente Lula”, afirmou. Paulo Roberto disse ainda que as vezes em que viu Lula foram sempre na companhia do então presidente da empresa, para informações sobre projetos de desenvolvimento dos Estados. E que desconhece qualquer pedido ou recebimento de vantagem indevida pelo ex-presidente Lula.

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8 – Nestor Cerveró – executivo
O ex-diretor da Petrobras disse jamais ter tido uma reunião sozinho com Lula ou discutido com o ex-presidente qualquer irregularidade. Disse também que nada sabe a respeito do apartamento 164-A, no Guarujá, cuja propriedade é da construtora OAS.

O ex-diretor também confirmou no depoimento que o ex-senador Delcídio do Amaral teria negociado propina no Governo FHC com as empresas Alstom e GE, e que repassou ao ex-senador Delcídio cerca de 2,5 milhões de dólares de vantagens indevidas, pago algumas vezes atendendo a pedidos do senador Delcídio, que fechou um acordo de delação e é uma das testemunhas da acusação no processo contra Lula.

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9- Alberto Youssef – doleiro
O doleiro falou à Justiça na condição de testemunha de acusação do MPF-PR (Ministério Público Federal no Paraná), em processo em que os procuradores acusam Lula de ser o “dono oculto” de um apartamento no Guarujá. Apesar disso, Youssef disse não ter nenhuma informação sobre o imóvel, nem nunca ouviu falar de nenhuma informação de propina ou vantagem indevida ao ex-presidente da República ligada ou não ao apartamento.

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10- Fernando Soares – lobista
Reconhecido como operador do PMDB, Fernando Baiano (como é conhecido), disse que não tem conhecimento sobre supostas vantagens indevidas que Lula teria recebido da OAS.

Em compensação, o lobista reconheceu que começou a atuar na Petrobras no início dos anos 2000, representando um grupo de empresários espanhóis, que desejavam fechar um contrato com a companhia para a construção da TermoRio.

Segundo ele, as negociações duraram cerca de quatro meses e foram abruptamente interrompidas por ordem do então diretor de Gás e Energia da Petrobras, Delcídio do Amaral, que mais tarde seria eleito senador.
“Depois ele veio conversar comigo, e eu querendo entender e depois de muita pressão que eu fiz, ele disse que tinha recebido ordens para não assinar porque eles queriam assinar com outra empresa”, afirmou. Baiano disse que descobriu mais tarde que essa empresa era representada por Paulo Henrique Cardoso, filho do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.

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11- Milton Pascowitch – lobista
O lobista também afirmou que não tinha conhecimento de nenhuma suposta vantagem indevida obtida por Lula.

Site do Lula

Foto: Ricardo Stuckert

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